Jornal Estado de Minas

Universitária que ficou um mês desaparecida em Contagem foi morta pelo namorado

O agressor bateu na estudante com uma bomboniere de vidro, estrangulou, desovou o corpo em um matagal e queimou. O acusado nega o crime, mas está preso

Luana Cruz, Paulo Filgueiras, Cristiane Silva, Daniel Camargos, Mateus Parreiras, Pedro Rocha Franco, Luciane Evans, Leandro Couri Andréa Silva
- Foto: Reprodução/ Polícia Civil
A Polícia Civil apresentou nesta terça-feira o motorista João Carlos Alves da Cunha, 35 anos, acusado de matar a namorada, Nubia Glenda Ferreira da Silva, 20 anosA investigação mostrou que o agressor bateu na estudante com uma bomboniere de vidro, estrangulou, desovou o corpo em um matagal e queimouJoão Carlos é casado e a polícia acredita que ele tenha planejado o crime por se sentir pressionado pela universitária a assumir o relacionamento

Núbia desapareceu no dia 16 de setembro de 2011 e o corpo foi encontrado carbonizado e em avançado estado de decomposição no dia 9 de outubro do mesmo anoA jovem é de Abaeté, no Centro-Oeste de Minas, e se mudou para Contagem, na Grande BH, para estudar gestão de recursos humanosEla morava em um apartamento perto da faculdade e no dia do sumiço saiu de sala de aula após receber um telefonema

Durante as investigações, os policiais encontraram o material de estudo da jovem dentro do apartamento e concluíram que ela esteve no imóvel antes do sumiçoA perícia apontou que havia cacos de vidro na bomboniere no chão do apartamento e manchas de sangueAssim, o mistério começou a ser desvendadoA polícia concluiu que o assassino deu uma pancada na cabeça da jovem que, desmaiada, foi estranguladaO laudo no corpo dela resultou em morte inconclusiva, por causa do avançado estado de decomposição, mas tudo indica que houve asfixia


O motorista João Carlos Alves da Cunha, 35 anos, responde pelo homicídio da jovem - Foto: Paulo Filgueiras/EM DA Press

Versão do namorado


João Carlos acompanhou toda a investigação policial sem levantar suspeitas e apresentou um álibi para o dia do crimeDissimulado, comunicou o desaparecimento da jovem para a família no interior, porque a mãe de Núbia é prima deleNo dia em que encontrou a sogra, chorou e pediu perdão, porém na ocasião a mulher não conseguiu entender o motivo.

Mesmo com as investigações apontando a autoria de João Carlos, o motorista negou o crimeEle disse que no dia da morte de Núbia bebeu com amigos, ligou para a namorada, mas não conseguiu falarO acusado disse que foi até o apartamento, mas Núbia não o atendeu, por isso seguiu para uma festa da empresa onde trabalhavaA investigação mostrou que o motorista conseguiu entrar no imóvel e matou Núbia.

Na festa, João Carlos fez fotos com diretores, uma armação para comprovar o álibiNo entanto, João Carlos desapareceu da festa durante a madrugada, momento em que desovou o corpo de Núbia A versão dele tem muitas contradições, conforme informou o delegado Luciano VidalPrimeiro disse que não tinha chave do apartamento de Núbia, depois informou que teria acesso ao imóvelUm mês antes do crime, o motorista fez um passeio à cavalo com um amigo e ao passar num local de desova de corpos no Bairro São Remo, se mostrou muito interessado em detalhes sobre o terreno
O amigo desconfiou e ligou os fatos quando soube da morte de Núbia.

Relacionamento

Segundo a polícia, João Carlos é casado há 10 anos e tem um filhoEle teria feito promessas para Núbia durante o relacionamento extraconjugalPrometeu casamento e iludiu a jovemNo apartamento da estudante, a polícia encontrou material para exame de gravidez, que pode ter sido usado pela universitária para pressionar o namorado a assumi-la

O inquérito sobre a morte de Núbia já foi concluído e repassado para o Ministério Público que ofereceu denúnciaJoão Carlos está preso e responde pelo homicídio, porque a Justiça acatou pedido do MP.