Jornal Estado de Minas

Treinamento para combater incêndio está ao alcance de todos

Junia Oliveira

Estar apto a pensar rápido e a tomar providências para combater o fogo exige minucioso treinamento teórico e prático
O curso para a formação de brigadas de incêndio ensina de usar o hidrante e desenrolar mangueiras a primeiros socorros e controlar o pânicoA obrigatoriedade de montar essa equipe e a quantidade de pessoas envolvidas variam, dependendo do tipo de empreendimento a ser protegido, da área do estabelecimento e até mesmo do número de pavimentos.

Uma exigência é comum: os brigadistas devem estar permanentemente no local e conhecê-lo bemPor isso, nada melhor que os próprios funcionários para compor essas equipesO curso tem carga horária mínima de 12 horas e pelo menos oito de aulas práticasO treinamento deve ser renovado, no máximo, a cada dois anosAs brigadas são obrigatórias, por exemplo, em boates e casas de shows com área superior a 750 metros quadradosNesse caso, todos os empregados devem passar por treinamento.

Ordem O tenente Fellipe Augusto Maciel, do Corpo de Bombeiros, comanda a maior brigada de incêndio do país, com 1,6 mil voluntários, que funciona na Cidade AdministrativaEle diz que equipes assim são fundamentais para estabelecer a ordem“O grupo está apto a indicar por onde as pessoas devem sair e a acionar os órgãos competentesTemos que aproveitar o clamor social causado pela tragédia gaúcha para divulgar a necessidade das brigadas
Atualmente, o brasileiro conhece a saída de emergência apenas quando vai ao cinema”, adverte

Para montar o curso, devem-se procurar profissionais habilitadosSão eles: empresas com pessoal formado em técnicas de segurança do trabalho, devidamente registrado no conselho regional competente ou no Ministério do Trabalho; militares das Forças Armadas, das PMs ou dos corpos de bombeiros com ensino médio e especialização em prevenção e combate a incêndio (carga horária mínima de 60 horas/aula) e emergências médicas (carga mínima de 40 horas/aula)

- Foto: ARTE EMO módulo teórico inclui primeiros socorros e noções de combate a incêndioAprende-se a usar diferentes tipos de extintores e a lidar com locais fechados tomados pela fumaça“No caso da Cidade Administrativa, fazemos um labirinto e queimamos mato para simular carga de fumaça em ambiente confinadoAli, as pessoas têm o primeiro contato com o tumulto e o pânico, trabalhamos o lado psicológico do brigadista”, explica o tenente Maciel

Nas aulas práticas, futuros brigadistas aprendem a usar hidrantes e experimentam simulações de incêndio em apartamentos, com vítimas“Brasileiro não trabalha com prevenção, pois acha que nunca vai ocorrer algo com eleA pessoa deixa de instalar o extintor porque diz que vai ficar feio
Beleza e ornamentação passam por cima da segurançaEm outros países, isso está na cultura, a pessoa cresce com a mentalidade de prevençãoO sinistro é um monstro adormecidoSe você não se prevenir, ele pode acordar a qualquer momento”, conclui Fellipe Maciel.