A chuva forte na madrugada de ontem provocou estragos em vários municípios do estado. No Sul de Minas, o prejuízo foi maior e em pelo menos oito cidades foram registradas enchentes e desabamentos, mas sem vítimas. A Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec) enviou uma equipe de técnicos para Passa Quatro, onde um temporal inundou casas e encheu as ruas de lama. Segundo o centro de climatologia Tempoclima, da PUC Minas, o pluviômetro de Passa Quatro registrou 62 milímetros de chuva da meia-noite às 16h de ontem, maior índice da região. Em Divinópolis, no Centro-Oeste, a Defesa Civil registrou queda de muro e alagamento de residências. De acordo com o último balanço da Cedec, 17 cidades do estado já decretaram situação de emergência e 22 pessoas morreram em Minas devido às chuvas.
Segundo o capitão Arnaldo Affonso, da Cedec, a situação em Passa Quatro se tornou complicada, pois as máquinas da prefeitura estão estragadas e apenas um caminhão pode ser usado. “A administração pública está com dificuldade de fazer a limpeza e retomar a distribuição de água, já que vários canos estouraram”, disse o capitão. Dez casas foram alagadas e uma residência desabou parcialmente. Como a cidade é cercada por morros, a água desce com muita força e também está colocando em risco a cabeceira de algumas pontes.
Em Nepomuceno, o Ribeirão dos Menezes, que fica às margens da BR-265, encheu e inundou cinco casas em um raio de 40 metros do leito. Em Santana da Vargem, o Ribeirão Santana transbordou e em alguns locais a altura da água chegou a um metro. Segundo a Polícia Militar, 18 famílias ficaram desalojadas. Em Alpinópolis, o Córrego Biquinha não comportou o volume de água e partes de uma avenida cederam, impossibilitando o trânsito de veículos. Em Três Corações, a Defesa Civil municipal registrou quedas de alguns muros de arrimo e galhos de árvore, deslizamentos e alagamentos em residências.
Queda de muro Em Divinópolis, o fim de semana começou com muita chuva. O bairro mais atingindo foi o Belvedere, onde o muro de uma casa caiu e pelo menos quatro residências ficaram alagadas. O Centro da cidade também foi prejudicado e uma oficina mecânica chegou a ficar inundada. No Bairro Copacabana, moradores foram orientados a deixar suas casas, devido à falta de escoamento da água.
Segundo informações do Corpo de Bombeiros, muitas casas tiveram as varandas e garagens alagadas. O principal problema seria a falta de escoamento da água, causada pelo entupimento de manilhas e bueiros. No Belvedere, o alagamento das casas aconteceu porque o Córrego Olhos D’água transbordou. Segundo a manicure Rosângela Aparecida Santos, de 51 anos, que mora ao lado do córrego, esse problema é antigo. “Tem 10 anos que, quando chove, a água entra na minha casa. Na enchente de 2008 eu perdi tudo. Agora, tenho medo. Toda vez que começa a chover forte, como hoje, ficamos esperando o pior”, diz.