Jornal Estado de Minas

Primeiro presídio privado do país começa a receber detentos

Instalado em Ribeirão das Neves, complexo terá capacidade total para 3.040 presos

Valquiria Lopes
Até dezembro, outras quatro unidades do complexo %u2013 duas de regime fechado e duas do semiaberto %u2013 que hoje estão em construção deverão estar prontas, ao custo de R$ 280 milhões - Foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press
Com um esquema especial de segurança, o governo de Minas começa a transferir nesta sexta-feira detentos para a primeira unidade prisional de regime fechado com modelo de gestão público-privada, em Ribeirão das Neves, na Grande BHNas próximas três semanas, metade dos 608 presos que ocuparão a unidade I do presídio já deverão ter sido transferidosEste é o primeiro dos cinco presídios com administração compartilhada, por 25 anos, entre o governo estadual e o consórcio responsável pelas obras e operacionalização do sistema.

 

Confira imagens do novo presídio

Até dezembro, outras quatro unidades do complexo – duas de regime fechado e duas do semiaberto – que hoje estão em construção deverão estar prontas, ao custo de R$ 280 milhõesAo todo, serão 3.040 vagas para presos do sexo masculinoSó terão acesso à proposta, que é de ressocialização, aqueles que se prontificarem a trabalharO estado tem um déficit de 15 mil vagas prisionais.

Na lista de transferência estão traficantes, autores de crimes contra o patrimônio e detentos ligados a organizações criminosasTodos já devem ter sido condenados e precisam estar aptos a trabalhar e estudarSerão formados grupos de quatro pessoas em celas com camas de estrutura de aço, colchões antichamas, mesa de alvenaria, pia e vaso de alumínio com sistema de sucçãoO piso das celas foi construído com uma camada de 18cm de concreto, uma placa de aço de meia polegada e outra camada de 11cm de concreto.

Nas próximas três semanas, metade dos 608 presos que ocuparão a unidade I do presídio já deverão ter sido transferidos - Foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press

Os presos serão monitorados 24 horas por 248 câmerasAo todo, serão 1.240 câmeras nas cinco unidadesApesar das inovações, a unidade prisional não terá imediatamente tecnologia capaz de bloquear o sinal de celulares

De acordo com o secretário de Estado de Defesa Social (Seds), Rômulo Ferraz, apenas três estados usam a tecnologia que, nas palavras dele, não é totalmente eficaz“Esse é um problema grave, que vamos combater com muita dureza”, disse o secretárioSegundo ele, o estado testa um equipamento com tecnologia israelense, que será adquirido nos próximos meses, para tentar impedir que chamadas telefônicas sejam feitas ou recebidas dentro dos presídios.