Jornal Estado de Minas

Familiares protestam contra soltura de motoristas que mataram crianças em BH

Mãe da menina Ana Vitória dos Santos, de 3 anos, morta em 23 de dezembro na porta de casa, queria explicação da juíza que autorizou a soltura dos motoristas

João Henrique do Vale
Familiares da garota levaram cartazes e fizeram um apitasso em frente o Fórum Lafayette - Foto: TV Alterosa/Reprodução

Familiares de Ana Vitória dos Santos, 3 anos, fizeram uma manifestação na tarde desta quarta-feira em frente ao Fórum Lafayete, na Avenida Augusto de Lima, no Barro Preto, Região Centro-Sul de Belo HorizonteEles protestaram contra a libertação do estudante Lucas Alexandre Dias Pelli, de 18 anos, que atropelou e matou a menina em dezembro do ano passadoO motorista apresentava sintomas de embriaguez

O estudante recebeu alvará de soltura em sete de janeiro deste ano, concedido pela juíza substituta Raquel Behring Nogueira, do 2º Tribunal do JúriEle deixou o presídio de Joaquim de Bicas, de onde saiu à 1h30 de terça-feiraInconformados com o retorno do jovem às ruas, cerca de 20 familiares de Ana Vitória foram para frente do fórum com cartazes que pediam o fim da impunidade e  criticavam as leis brasileirasCom apitos, os parentes mostram a indignação com o caso“Peço de coração que a juíza me dê uma explicaçãoPois tenho certeza que se fosse o filho dela, o motorista estava preso, e não na rua”, afirmou Marta Priscila Dias Camilo, de 25 anos.

A mulher também foi atingida pelo veículo no dia da morte da filha Lucas Pelli havia acabado de sair de uma festa no dia 23 dezembro dirigindo um GolfEle atropelou na calçada a menina Ana Vitória e a mãe
As duas estavam na porta de casa quando foram surpreendidas pelo veículo e jogadas contra o muroA garota morreu na hora“A lembrança que vou ter pelo resto da minha vida é que ele tá vivo e minha filha está morta”, desabafou Marta.

Na decisão, a juíza determinou que Lucas Pelli não pode se ausentar de Belo Horizonte sem autorização judicial, nem freqüentar bares, boates, casas noturnas e similares após às 22hA magistrada explicou que a Lei nº 12.403/11, que alterou dispositivos do Código de Processo Penal relativos à prisão, medidas cautelares e liberdade provisória, estabeleceu que o magistrado deve decretar a prisão preventiva quando não for cabível a sua substituição por outra medida cautelar.


Ainda segundo Nogueira, as medidas foram aplicadas tendo em vista que o acusado é primário, tem bons antecedentes e colaborou na elucidação dos fatos.

Mais um motorista solto


A juíza Raquel Behring Nogueira do 2º Tribunal do Júri, também concedeu alvará de soltura a outro motorista que foi preso por atropelar e matar um garoto em Belo HorizonteO condutor apresentava sintomas de embriaguez

Paulo Henrique Tomaz da Silva, de 24 anos, que é inabilitado, matou Felipe Júnior Alves Rodrigues, de 7 anos, no Bairro Serra Verde, Região Norte da capitalO atropelamento ocorreu no dia 25 de dezembro quando a criança soltou a mão da tia, atravessou a via e foi atingido pela moto Yamaha 125, placa HEN 8920

Paulo havia pegado a motocicleta de um amigo, sem autorizaçãoEle assumiu ter bebido cerveja, foi preso em flagrante e autuado por homicídio com dolo eventual, quando o acusado não quer cometer o crime, mas assume o risco de matarPaulo ficou preso no Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp), mas saiu da cadeia por volta de 5h dessa terça-feira ao receber benefício da Justiça.

(Com informações de Luana Cruz)