Jornal Estado de Minas

Maternidades de BH podem ser obrigadas a realizar exame de oximetria em recém-nascidos

O procedimento deve ser feito nas 24 horas de vida dos recém-nascidos. Ele pode detectar doenças graves no coração da criança

Os hospitais e maternidades de Belo Horizonte poderão ser obrigados a realizar o exame da oximetria de pulso em recém-nascidos
O procedimento mede o nível de oxigênio no sangue da criança para identificar uma possível cardiopatia congênita graveA medição deve ser feita nos bebês ainda no berçário, após 24 horas de vida.

O projeto de lei proposto pelo vereador Heleno de Abreu Oliveira (PHS) foi aprovado em segundo turno na última sexta-feiraPara o parlamentar, a realização do exame é essencial“Eu fui procurado pela Associação de Cardiologia de Minas GeraisTive acesso a uma pesquisa que mostrou que, dos 80 bebês nascidos em Belo Horizonte por dia, um tem cardiopatiaFoi com essa preocupação que apresentamos o projeto e felizmente obtivemos sucesso”, comemorou

A oximetria é um exame indolor feito por um aparelho colocado nos braços e pernas do recém-nascidoA partir dele, é possível detectar problemas cardíacos gravesA médica Adriana Mello Rodrigues dos Santos, do Comitê de Cardiologia Pediátrica da Sociedade Mineira de Pediatria, explica como é realizada a medição“O aparelho é encaixado no braço e na perna do recém-nascido
É necessário medir no dois membros para se ter a comprovação de que o canal ligado à aorta leve sangue oxigenadoEste nível deve estar acima de 94%”, disse.

A médica ressaltou também a importância da realização do exame, tendo em vista que, em muitos casos, as mães levam os bebês ao hospital com chance de recuperação é remota“Nós que somos cardiologistas pediatras estávamos em uma empreitada para a aprovação dessa lei tão importanteMuitas cardiopatias colocam em risco a vida da criançaO objetivo deste exame é indicar estas anormalidades gravesAs vezes a mãe vai para a casa com o filho, que aparentemente não apresenta sintomas, e volta antes da criança completar um mês de vidaEsses bebês já chegam péssimos ao pronto-socorro.”, completou.

Por fim, Adriana Mello explica que o procedimento não detecta todos os tipos de cardiopatia, mas é de extrema importância para diagnosticar problemas graves de coração“ A não realização desse exame ocasiona na perda de 25% de diagnostico, em alguns casos até 35%O objetivo não é constatar problemas menores, como, por exemplo um sopro que irá desaparecer rapidamenteSe a gente juntar este exame com outros e orientar corretamente as mães é possível salvar diversas vidas
Infelizmente não dá para cobrir todas as cardiopatiasAinda passarão uma criança ou outraMas isso é importantíssimo”, explica a médica.

O projeto segue agora para sanção ou veto do prefeito Marcio Lacerda