Intoxicação alimentar pode matar; veja dicas para se prevenir

A correria do dia a dia faz com que as pessoas se alimentem mal e acabem recorrendo a restaurantes, lanchonetes e até barraquinhas de rua para almoçar ou fazer lanches, prática que contribui com o número crescente de intoxicação alimentar. O staphylococcus é um micro-organismo altamente agressor, que pode até causar a morte, e a manifestação de seus sintomas acontece rapidamente, em cerca de meia hora. Neste ínterim, a pessoa deve procurar socorro médico o quanto antes.

O alerta é da Fundação Ezequiel Dias (Funed), do Governo de Minas, uma referência no Brasil em pesquisas sobre intoxicações alimentares. Segundo a Funed, alimentos embutidos, como salames e salsichas, além de queijos e bolos com recheios e cremes, e produtos com maionese podem se contaminar facilmente. A dica é ficar atento ao consumo de alguns alimentos e ter atenção redobrada, especialmente no período de calor, quando o índice de contaminação aumenta. Além disso, é importante conhecer a procedência dos produtos consumidos.

Os estudos sobre o staphylococcus estão bem avançados no Brasil graças aos investimentos da fundação, que realiza análises para mais de 10 estados. Novos surtos são identificados e pesquisados diariamente e as informações são compartilhadas na rede pública de saúde do país.

No Serviço de Microbiologia de Produtos da Funed são realizadas análises microbiológicas em amostras de alimentos com suspeita de toxinfecção alimentar enviadas pelo Serviço de Vigilância Sanitária Estadual. Também são feitas análises de suporte aos laboratórios de Saúde Pública de todo o país na elucidação de surtos causados pelo microorganismo. Só em 2011, a Funed ajudou na identificação de sete surtos de toxinfecção que atingiu 260 pessoas, sendo que 45 delas foram hospitalizadas.

A experiência da Funed na identificação do microorganismo foi, inclusive, um dos temas abordados no XXI Congresso Latino Americano de Microbiologia, que ocorreu no início de novembro, em São Paulo.De acordo com a referência técnica do Laboratório de Enterotoxinas da Funed e um dos coordenadores da área de Alimentos da Sociedade Brasileira de Microbiologia (SBM), Ricardo Dias, a toxinfecção alimentar é hoje um problema de saúde pública.

“As fortes mudanças nos hábitos alimentares e os avanços tecnológicos aplicados à produção de alimentos conferiram maior complexidade à cadeia de produção e distribuição de produtos. Essas mudanças têm contribuído para que haja aumento nas possibilidades de contaminação e isso tem chamado a atenção de governos de todo o mundo, pois a intoxicação alimentar leva a perdas econômicas devido ao afastamento da pessoa ao trabalho, além de um maior gasto com hospitalização”, explica.

O coordenador ressalta o papel e importância da microbiologia para a vigilância dos produtos. “A microbiologia de alimentos é um dos instrumentos para as indústrias, no monitoramento da qualidade dos produtos, assim como para a Vigilância Sanitária na elucidação de surtos de intoxicação alimentar”, afirma Dias.

Sintomas principais

Os sinais e sintomas da intoxicação causada pela toxina do microorganismo ocorrem logo após a ingestão de alimentos. Os indivíduos acometidos apresentam intensa salivação, náuseas e vômito seguido de dor abdominal e diarreia.A perda de eletrólitos, que leva a desidratação, pode resultar, em casos graves, em sinais e sintomas não muito frequentes como febre, dor de cabeça e queda da pressão arterial. A intensidade da síndrome, o período de incubação e sua toxicidade variam de acordo com o grau de susceptibilidade do indivíduo - influenciado pelo estado nutricional, gênero, idade e seu histórico e passado imunológico. Crianças e idosos, quando acometidos, muitas vezes necessitam de intervenção médica ou mesmo de hospitalização.

(Com Agência Minas)