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Estado de Minas

Fogo ameaça santuário na Serra da Piedade

Conjunto paisagístico é castigado por chamas, que chegaram perto da igreja da padroeira


postado em 31/10/2012 06:00 / atualizado em 31/10/2012 06:40

Incêndio se alastrou pela encosta, dificultando trabalho dos bombeiros(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Incêndio se alastrou pela encosta, dificultando trabalho dos bombeiros (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)

No ano em que foi proclamado atrativo turístico de especial relevância pelo governo do estado, o conjunto paisagístico do Santuário da Serra da Piedade, em Caeté, a 48 quilômetros de Belo Horizonte, foi atingido pelo fogo pela primeira vez. Ontem, as labaredas se aproximaram perigosamente da igreja que abriga a imagem de Nossa Senhora da Piedade, padroeira de Minas Gerais. Levadas pelo vento, as chamas varreram as encostas da montanha, em ponto de difícil acesso para os brigadistas da Defesa Civil de Caeté e pelos homens da Polícia Militar do Meio Ambiente, que tentavam combater o incêndio sem helicóptero.

Depois de controladas na encosta, as chamas se alastraram por outro local, passando a ameaçar os aposentos dos peregrinos e das freiras enclausuradas. Elas tiveram de ser transferidas provisoriamente para um asilo pertencente à congregação. "Fotografei passarinhos fugindo em revoada do incêndio. Deu dó", afirmou a irmã Débora Miguel, de 76 anos, que relutava em deixar o local, apesar do forte cheiro de fumaça e do fogo, que já podia ser notado da janela dos quartos.

Cerca de 15 funcionários treinados pelo santuário da Serra da Piedade desceram pela estrada de asfalto e conseguiram abafar as chamas no sábado, com a ajuda da chuva do início da noite. “O fogo chegou a ser debelado, mas retomou ontem em direção à serra. Incêndio morro acima não dá combate, por causa do relevo e por se fechar entre as rochas, formando línguas de fogo”, explicou Roberto Reis, coordenador municipal de Proteção e Defesa Civil de Caeté.

A expectativa era de que voltasse a chover ontem no santuário, onde brigadistas e militares aguardavam o apoio do helicóptero dos Bombeiros de BH, para ajudar no combate às chamas. A aeronave já estava designada para a missão, mas foi desviada para prestar socorro em um acidente com feridos em Betim. Sem helicóptero, não havia muito mais a fazer. "Cheguei a rezar a missa da tarde pedindo a intercessão de Deus pela chuva”, disse o padre Carlos Antônio da Silva.

O fogo teria começado a se alastrar no sábado, a partir da queima de 100 hectares de uma fazenda de eucaliptos, em um incêndio de origem criminosa. Até as 20h de ontem, pelo menos 30 hectares do total de 714 hectares de mata preservada do Santuário da Serra da Piedade já haviam sido consumidos. O desastre em área de preservação ambiental levou à fuga de grupos de porcos do mato, macacos, quatis, cobras e pássaros, verificada pelas comunidades do entorno da área protegida.

Transtorno

Se a chuva era aguardada com ansiedade na Serra da Piedade, em outros pontos da Região Metropolitana de BH ela provocou transtornos, com telhados danificados, queda de árvores e corte de energia elétrica. De acordo com o meteorologista Adelmo Correia, do Centro de Climatologia PUC Minas/Tempoclima, o forte calor e umidade em alta resultaram nas pancadas de chuva isoladas. Ontem houve queda de granizo em bairros das regiões Oeste, Centro-Sul e Pampulha, na capital. Em Sabará, na Grande BH, o vento derrubou teto de um galpão. No Sul de Minas, em Poços de Caldas, uma pessoa morreu na batida entre um carro e um caminhão, na BR-146. O veículo de passeio perdeu aderência na pista molhada e atingiu o de carga na contramão. O telhado do posto da Polícia Rodoviária Federal, na mesma rodovia, também foi destruído pela chuva. Uma fábrica na região teve a cobertura do galpão arrancada.

 


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