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Estado de Minas SEM CINTO E SEM DOCUMENTO (E TAMBÉM SEM EXTINTOR, CADEIRINHA, RETROVISOR, SETA...)

Multas por irregularidades superam as de imprudência em rodovias mineiras

Multas ligadas a conservação do automóvel, documentação ou equipamentos de segurança lideram ranking das 25 infrações mais flagradas nas BRs de Minas, superando ações diretamente associadas à imprudência


postado em 24/10/2012 06:00 / atualizado em 24/10/2012 07:17

Fiscalização busca conter negligência com itens obrigatórios ou excesso de carga em caminhões(foto: sidney lopes/EM/D.A PRESS-31/7/08)
Fiscalização busca conter negligência com itens obrigatórios ou excesso de carga em caminhões (foto: sidney lopes/EM/D.A PRESS-31/7/08)


Um motorista trafega pela rodovia sem a Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Outro viaja com uma criança sem a cadeirinha obrigatória. O caminhoneiro, sem cinto de segurança, transita com excesso de peso. Acidentado, outro condutor vê o carro pegar fogo em uma das BRs mineiras, mas o extintor não funciona. Todos são exemplos de irregularidades que não chamam tanto a atenção quanto aquelas associadas à conduta imprudente de quem está ao volante, como trafegar pela contramão ou ultrapassar pelo acostamento. Mesmo assim, são a maioria no ranking das 25 infrações mais flagradas pela Polícia Rodoviária Federal e representam negligência com cuidados que podem ser decisivos para evitar uma batida ou salvar vidas. Na lista elaborada pela PRF relativa a este ano, o Estado de Minas constatou que 16 itens se referem a situações desse tipo, que vêm crescendo no estado de maior malha rodoviária do país. Em 2011, problemas com documentos, conservação do veículo ou itens de segurança representaram 15 das 25 principais autuações nas rodovias federais, com 150 canetadas por dia dos agentes rodoviários federais. Até o início desta semana o número já chegava a 164 registros diários, o que prova que o desleixo dos condutores tem aumentado.

Nessa conta estão incluídos outros tipos de registros da PRF, como carteira ou permissão para dirigir vencida, veículos em mau estado de conservação, problemas nos equipamentos de sinalização e documentos atrasados, o que pode encobrir uma conduta perigosa marcada por um histórico de multas. Mas um batalhão de infratores que se destaca nesse meio é o de motoristas e passageiros sem cinto de segurança. Enquanto em todo o ano passado a PRF emitiu 44 autuações/dia, em média, por esse motivo, este ano o número já saltou para 50, apenas até o dia 21 deste mês. Também chama a atenção a quantidade de pessoas que dirigem sem habilitação. Em 2011, a PRF flagrou em média 18 condutores nessa situação a cada dia. Este ano a média se mantém.

É o que ocorre também no caso da falta de documentos verificada no momento da abordagem dos agentes federais, considerados tanto a CNH do motorista quando o Certificado de Registro e Licenciamento do Veículo (CRLV). Foram oito infrações por dia este ano, mantendo a média do ano passado. Caminhoneiros desrespeitando os limites de carga são outra constante no ranking das principais infrações registradas nas BRs mineiras.

Para o consultor em transporte e trânsito Frederico Rodrigues, muitas dessas falhas induzem as pessoas a confiar que não terão problemas na estrada. Mas ele alerta que, mesmo sendo irregularidades que não ganham tanta atenção quanto a conduta imprudente ao volante, todos os tipos de infrações listadas pela PRF na lista das 25 principais interferem em acidentes, especialmente a falta do cinto de segurança. “O pneu careca aumenta consideravelmente a chance de capotagem. A falta da cadeirinha para crianças interfere na severidade dos ferimentos em caso de batida, da mesma forma que o cinto”, enumera. Ainda segundo o especialista, o número de infrações ligadas a documentos e equipamentos de segurança é bem maior do que mostram as estatísticas oficiais. “Para constatar esse tipo de irregularidade o agente tem que parar o carro. Já no caso da imprudência, o policial consegue ver o veículo cometendo a infração e manda o motorista parar. Os dados que existem sobre as outras irregularidades são amostras”, completa.

Usuário frequente da BR-381 no trecho conhecido como Rodovia Fernão Dias (BH-SP), o motorista Paulo Pereira de Matos, de 46 anos, chama a atenção para a relação entre um condutor sem carteira e as demais infrações ligadas à manutenção do carro. “Um cidadão que não tem carteira normalmente não se preocupa com dispositivos importantes do veículo e não tem uma conduta defensiva. O resultado é o acidente”, diz ele. O autônomo Getúlio Ribeiro, de 42, já foi parado em uma blitz da PRF na Fernão Dias, em Betim, na Grande BH, e garante sempre se preocupar com tudo. “Assim mantenho minha segurança e não arrisco a vida de outros, que poderiam ser prejudicados em caso de acidente”, afirma.

Policiais rodoviários ouvidos nas BRs são unânimes ao afirmar que a frota de motoristas sem carteira preocupa. “As estradas estão cada vez mais movimentadas. Um condutor sem conhecimento técnico nessa situação é pego de surpresa a toda hora e não sabe o que fazer”, afirma um agente que trabalha na Grande BH. Para o inspetor Adilson Souza, chefe do setor de Comunicação da PRF, a situação reflete uma inversão de valores. “Hoje as pessoas compram um carro antes de tirar a carteira.” Ele acrescenta que equipamentos obrigatórios são imprescindíveis para salvar vidas nas estradas. “Se você está carregando uma criança e sofre um acidente, com a cadeirinha ela pode se salvar sem maiores lesões. Sem o dispositivo, ela pode bater a cabeça e ficar solta dentro do carro, tendo sequelas graves. Da mesma forma, o cinto protege o adulto.”


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