A polícia mineira ainda tenta identificar os sequestradores da adolescente Clara Alves Campos, de 15 anos, sequestrada em Cássia, no Sul de Minas, quando ia para a escola
“Não podemos descartar nada aindaHá possibilidade de os sequestradores serem de São Paulo, mas a cidade fica na divisa com CássiaEstamos fazendo os levantamentos iniciais para chegarmos aos autoresQuando descobrirmos onde fica o cativeiro, 80% do trabalho estarão concluídos”, afirma o delegado, que ainda está no Sul de Minas.
Até o momento, apenas os pais, o avô e algumas testemunhas da abordagem dos bandidos prestaram depoimentoClara não pôde fazer o retrato falado dos bandidos, porque passou a maior parte do tempo encapuzadaQuando ela não estava com os olhos tapados, os criminosos apareciam com o rosto cobertoA família da adolescente informou não ter inimigos e inicialmente não suspeita de ninguém
Um dos levantamentos da Polícia Civil é para identificar o carro usado no sequestro
Ela foi rendida na manhã de terça-feira, quando se preparava para seguir de carro com a mãe para a escola, como fazia todos os diasA jovem foi levada à força e os bandidos chegaram a dar dois tiros no chãoEles jogaram no carro uma carta, em que exigiam R$ 1 milhão de resgateO dinheiro, segundo a família, não foi entregueClara conta que os sequestradores estavam armados a todo tempo, mas nada fizeram de mal.
Orações
Em entrevista, a jovem disse que foi levada para uma casa, onde passou a noite trancada em um quarto, com apenas uma camaOs criminosos lhe deram água e comida“Não dormi nadaSó rezava e chorava”, contou Segundo ela, os bandidos disseram que negociariam com o pai e o avô dela e que tudo acabaria bem
Ela diz que seguiu por uma estrada de terra e pediu carona ao chegar à rodoviaO motorista a levou para a delegacia de Patrocínio Paulista“Não fazia ideia de onde estava”, contou Clara em entrevista à imprensa ontemIrmã da adolescente, Poliana Alves Campos disse que ela conseguiu descansar na primeira noite de volta à casa da família e recebeu os amigos da escola durante a tardeDe acordo com Poliana, estudante de direito, a família quer esquecer as 30 horas de angústia“Ela não viu nadaQuando não estava vendada, eles estavam encapuzadosForam espertosConversaram o mínimo possível e ela não pôde perceber nada na vozA gente reza por eles e só queremos esquecerEsperamos justiça, mas não queremos vingança”, afirmou a irmã.