Jornal Estado de Minas

Precariedade de coordenadorias municipais de Defesa Civil prejudica cidades mineiras

Em audiência pública na ALMG, parlamentar afirma que em algumas cidades do estado apenas uma pessoa é responsável por todas as demandas relacionadas às chuvas.

Luana Cruz, Paulo Filgueiras, Cristiane Silva, Daniel Camargos, Mateus Parreiras, Pedro Rocha Franco, Luciane Evans, Leandro Couri
Membros e convidados da Comissão das Enchentes na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) também discutiram a estrutura das coordenadorias municipais de Defesa Civil nesta quinta-feira
O presidente da comissão, deputado Arlen Santiago (PTB), afirma que é necessário um investimento e uma orientação para que os prefeitos valorizem a Defesa Civil como um setor prioritário.

O parlamentar relatou que em algumas cidades apenas uma pessoa é designada para cuidar de todas as demandas relacionadas à chuva, o que é inviável levando em conta o tamanho dos problemasMuitas vezes, esse funcionário designado é aliado da administração municipal e vai embora assim que acontece a troca de governo.

É por causa dessa falta estrutura que, dos 239 municípios que decretaram situação de emergência em Minas Gerais no período chuvoso de 2011/2012, apenas sete conseguiram receber dinheiro para obras de recuperação e prevenção de enchentes.

O chefe do setor de Comunicação Social da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil, major Edylan Arruda afirma que são oferecidos cursos para preparar representantes de municípios mineiros a trabalhar com Defesa Civil e elaborar projetos, mas falta consciência de muitos prefeitos para encarar esse órgão com importânciaEm entrevista ao Estado de Minas, ele disse que a Coordenadoria Estadual trabalha intensamente no incentivo pela criação desses setores municipais Dos 853 municípios, 707 possuem coordenadorias(Veja a arte)

Veja quais municípios do estado possuem coordenadorias da Defesa Civil (clique para ampliar) - Foto: Soraia PivaPara Arruda, deveria ser criada uma legislação que obrigasse a criação de coordenadorias, o que atualmente não existeDe acordo com ele, algumas prefeituras não estão destinando pessoas focadas na captação de recursos para Defesa CivilO major citou Belo Horizonte como uma das cidades que conseguiu muitos recursos porque tem uma coordenadoria estruturada e produtiva.

O subsecretário de infraestrutura da Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas de Minas Gerais (Setop), Bruno Oliveira Alencar, apontou a dificuldade na elaboração de projetos por causa de critérios impostos pelo governo federalSegundo ele, as regras são lançadas em cima da hora, o que complica a preparação do estadoPara Alencar, as cidades ficam reféns desses critérios, mas afirmou que ainda assim, Minas está preparada“Independente dos critérios, vamos fazer intervenções para prevenir desastres”.

O secretario executo do Comitê de Bacia dos Afluentes Mineiros dos Rios Pomba e Muriaé, Claudio Luiz Dias Amaral, relatou o drama da cidade de Dona Euzébia e Muriaé, na Zona da Matar de Minas e cobrou mais investimentos na região
“São intervenções que por mais caras que sejam são mais baratas do que acudir e reparar as cidades atingidas”, disse