Segundo o Ministério da Saúde, são registrados no Brasil cerca de 3,5 mil a 4 mil novos casos de leishmaniose visceral em humanos por ano, sendo que em torno de 200 pessoas morrem anualmenteNo mundo, ocorrem, por ano, em torno de 500 mil novos casos humanos, com 59 mil óbitos, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS)Além de Minas e do Piauí, a ação inovadora contra o calazar chegará a municípios do Mato Grosso do Sul, Pará, Ceará, Maranhão e TocantinsA cidade do Norte de Minas foi escolhida para o estudo por causa do grande número de cães com leishmaniose e por conta da gravidade da doença em humanos.
Segundo dados do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Montes Claros, de 2007 a 2011 foram confirmados 129 casos em humanos, com 10 óbitosEntre 44.228 exames preventivos em cães na cidade, realizados no período de 2009 a 2011, foram diagnosticados 2.472 casos positivos do calazar – em todos os casos de confirmação da doença, é recomendado o sacrifício dos animais Ainda de acordo com o CCZ, a cidade possui uma população de aproximadamente 60 mil cães e a estimativa de que 5% deles estejam contaminados com a enfermidade.
As coleiras com a substância usada contra o mosquito transmissor do calazar serão usadas em 6.206 cães em 16 bairros de Montes Claros“Trata-se das áreas onde foi verifica maior prevalência dos casos humanos da leishmaniose visceral e também com maior número de cães doentes”, explica Marília Rocha, técnica referência do Programa Municipal de Controle da Leishmaniose, do CCZ de Montes ClarosHoje, a equipe de 40 pessoas envolvidas no programa inédito do Ministério da Saúde vai trabalhar nos bairros Olga Benário e Vila Oliveira, para depois partir para outras áreas da cidade.
Os animais “encoleirados” serão acompanhados durante dois anosTambém será realizado o monitoramento dos casos em outros 16 bairros não incluídos no projeto, para efeitos de comparação
Sem riscos
O gerente de Produtos da MSD Saúde Animal, Marco Castro, empresa responsável pela fabricação da coleira, explica que a substância fica impregnada na pele do animal, não oferecendo nenhum perigo para adultos ou crianças que tenham contato com o cachorro“O produto não é tóxico nem para o animal nem para as pessoas”, assegura Castro“A leishmaniose visceral é um problema de saúde públicaA coleira à base de deltametrina a 4 % repele e mata o mosquito transmissor e a conscientização do uso da coleira é fundamental para controlar a expansão da doença”, completaO princípio ativo da deltramina repele e mata o mosquito flebótomoO produto é indicado para o controle de moscas, carrapatos e pulgas