Jornal Estado de Minas

Polícia investiga origem de carro usado por jovem que atropelou três em Nova Lima

Carro usado por jovem que atropelou três pessoas e matou uma delas ao sair de boate está em nome de seguradora, embora tenha sido vendido após se acidentar. Procedência é investigada

Paula Sarapu Landercy Hemerson
O veículo em que Hudson foi detido tem placa de São Paulo. Acusado de homicídio intencional, ele está preso sem direito a pagamento de fiança - Foto: Jair Amaral/EM/D.A Press
O pintor Hudson Eduardo Silva, de 18 anos, pode responder por outros crimes além do homicídio doloso, do qual foi acusado depois de ter atropelado três pessoas e matado uma delas, na saída de uma boate da qual havia sido expulso, em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo HorizonteO Fiat Uno Mille, do qual ele disse ser dono, está em nome da Porto Seguro Companhia de Seguros Gerais, com placa de São PauloO veículo não consta como roubado ou furtado e a polícia terá que descobrir sua real procedência, já que a empresa informa que o carro não pertence à sua frotaSegundo a empresa, trata-se de um veículo de sinistro (acidente ou roubo), vendido pela seguradora em 2011Nesses casos, o procedimento usual é repassar o automóvel para o nome da frima, que o revende para desmancheNos casos raros de recuperação, essa informação deve constar na remarcação dos chassisHá possibilidades também de a placa ser clonadaHudson já tem passagem policial por receptação.

Os dois jovens que estavam com o pintor no carro ainda são considerados suspeitos pela polícia, segundo a delegada de Nova Lima, Graziella Rosa Lucindo, que investiga o casoApesar de terem sido liberados depois de prestar depoimento sobre os atropelamentos na madrugada de domingo, Iago Bruno Portilho Siman, de 20, e Lucas Marçal Silva Duarte, de 23, continuam sob investigação e podem ser ouvidos de novo“Continuamos investigando se eles têm alguma participação no caso que teve resultado tão tristeA condição deles é de investigados”, disse a policial
Ela recebeu ontem o inquérito em que Hudson, que admitiu ter bebido vodca antes do acidente, foi autuado em flagrante por homicídio doloso (quando há intenção de matar)Ele está preso e o crime não prevê pagamento de fiança.

De acordo com a mãe do rapaz, a faxineira Herlandes Ferreira Silva, o pintor não tem carro e nem sequer carteiraAssim como o rapaz, o colega Iago também tem passagem por receptaçãoNo veículo em que estavam, os policiais militares encontraram seis chaves de carros nacionais e importados e uma trouxinha com substância semelhante a maconha, além do documento de uma moto Honda

Segundo a delegada, os investigadores buscam outras testemunhas do atropelamento na porta da boate Hard Rock Café“Estamos tentando localizar pessoas que estavam trabalhando naquele momento e podem ter visto toda a ação, como seguranças e taxistasPode ter gente que tenha feito imagens também”, disse ela, que deve solicitar gravações das câmeras da casa de eventosA delegada tem 10 dias para concluir o inquérito e encaminhá-lo à JustiçaTestemunhas podem procurar a delegacia (3542-2465) ou repassar informações ao Disque-Denúncia, pelo número 181