Os casos ocorrem principalmente na volta do estádio“Normalmente, quando há concentração de torcedores isso acontece, um pequeno dano ou outroNos últimos jogos do Cruzeiro tivemos problemas com uma torcidaTrês janelas foram quebradasNo jogo contra o Flamengo tivemos duas janelas quebradas
Nos dias das partidas, a CBTU e a PM têm mantido contato para prever possíveis ações e evitar novos problemas como o ocorrido no último domingo“Temos trabalhado tanto na troca de informações como na identificação de possíveis vândalosNo momento do deslocamento da torcida passamos a localização para eles de forma que possam adequar o sistema de segurança e estarem prontos, é uma atuação preventiva”, explica o tenente-coronel Cícero Cunha, comandante do Batalhão de Polícia de Eventos (BPE)
Na reunião com a companhia, realizada na segunda-feira, foram exibidas imagens gravadas pelo circuito interno de segurança do metrô registrando atos de vandalismoNo vídeo foi possível identificar alguns responsáveis e a presença de torcedoresNo entanto, o militar explica que não é possível confirmar a vinculação direta dos episódios às torcidas organizadas
Rede
A CBTU pensa em criar uma rede de comunicação direta com diversos órgãos para preservar a integridade dos usuários“Existe uma iniciativa da CBTU envolvendo Bombeiros e Polícia Militar para facilitar essas relações e informaçõesAcho isso essencial porque a segurança do metrô não pode trabalhar sozinha, dependemos muito de órgãos externos e pelo volume de passageiros não podemos pensar que somos absolutosEssa aproximação a qual foi dado o nome de 'rede', essa comunicação quase que exclusiva entre os órgãos é fundamental para agilizar a comunicaçãoEssa ideia já foi cogitada até porque é de conhecimento de todos que tanto a polícia quanto o corpo de bombeiros sofrem com trotesQuanto mais fiel for o contato as ações ficam mais precisas”, afirma Maurício SilvaAinda de acordo com ele, os estudos para implementar as aproximações começaram no ano passadoO objetivo é integrar todos os órgãos que prestam serviços públicos, como o Corpo de Bombeiros, a BHTrans e a Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig).
Maurício Silva explica que o total de seguranças no metrô da capital atualmente é de 166 profissionaisNos dias de jogos, há reforço de mais 30 ou 40 profissionais nas estações onde há maior embarque de torcedores: Eldorado, Central, Minas Shopping, Floramar e VilarinhoSegundo ele, a maior preocupação está na segurança nas plataformas, onde há risco queda, seja por algum mal súbito ou um empurrãoDessa forma, os profissionais também atuam auxiliando o embarque e garantindo que os usuários respeitem a faixa amarelaVale lembrar que durante as partidas os usuários comuns também embarcam nas estações mas, por enquanto, a companhia descarta a possibilidade de destinar vagões somente para as torcidas e, em algumas ocasiões, os seguranças costumam embarcar nos trens“Não é política nossa colocar vagões específicos, mesmo porque ela (política) não foi restada ou tentadaNo caso de seguranças dentro do vagão, diariamente fazemos inspeções dentro dos trens e em horários normaisO usuário cativo já identifica qual vagão está lotado e escolhe o seguinte, ou outro tremNa Estação Horto – onde ocorre o embarque e desembarque para a Arena Independência -, há mais seguranças”, explica
Prejuízo
Os trens danificados por vândalos são retirados de circulação para o reparo e substituídos por reservasApesar de não ter relatos de prejuízos expressivos, os casos preocupam a estatal“É uma situação desagradável e causa temor por parte do usuárioSão pessoas que não estão acostumadas com esse comportamento nem a presenciar atos de vandalismoNão posso precisar valores, mas por enquanto os prejuízos têm sido administrados pela companhiaHoje é um pouquinho, mas amanhã pode ser muitoTemos que tomar medidas de prevenção para que isso não se estenda”, afirma.
Maurício conta que já ocorreram problemas envolvendo torcidas no metrô até mesmo em jogos no Mineirão“No passado, quando era o Mineirão, eles vinham para o Centro para embarcar nos trensCom o Independência, eles saem do estádio e vem direto para os trensNa época do Mineirão, houve problemas sérios com a Galoucura e a Máfia Azul, vitimando usuáriosAcredito que isso sempre vai acontecerNós temos que continuar aprimorando os esquemas, melhorando cada vez mais as conversas, a troca de informaçõesA PM já vem fazendo um ótimo trabalho, detendo os mais exaltados e evitando confrontosSe for preciso, nós vamos aumentar a atuação, sempre vamos trabalhar para preservar o patrimônio e proteger os usuários, que ficam indefesos nessas situações.