Cipriano explicou que o aeroporto operava abaixo do limite mínimo previsto para pouso por instrumentos, com teto de 100 pés (30 metros), quando o permitido é 600 pés (180 metros)A legislação aeronáutica não permite esse procedimento para voos regulares e comerciais, mas, no caso da aviação geral, como helicópteros, aeronaves particulares e táxi aéreo, a decisão é de cada comandanteDe acordo com Cipriano, o piloto fez contato com a sala de rádio para comunicar sua aproximação às 7h45 e, apesar de os controladores de voo só iniciarem o plantão às 8h, um dos operadores respondeu, informando sobre as condições climáticas desfavoráveis e a baixa visibilidade.
“O teto é a altura que a nuvem está do chãoEle estava voando a menos de 30 metros, porque senão estaria dentro das nuvens, sem ver nada mesmoInformamos sobre a instabilidade, mas ele deve ter tentado pousar”, comentou um controlador de vooO gerente acrescentou que, ao que tudo indica, o comandante já estava em procedimento de descida
DECOLAGEM A aeronave decolou do aeroporto da Pampulha às 7h07, quando o aeroporto da Serrinha ainda estava fechadoO bimotor modelo King Air B-200, prefixo PR-DOC, deveria pousar por volta das 8h10, mas a queda ocorreu entre as 7h45 e as 7h55A aeronave atingiu o quiosque da Pousada Aconchego de Minas e a rede elétrica da Rua Doutor Décio Guanabarino, no Bairro Aeroporto, antes de arrastar árvores e cair na granja de uma propriedade privadaO bimotor explodiu a cerca de 200 metros da pista do aeroporto.
De acordo com o gerente do terminal, caso decidisse não pousar em Juiz de Fora, o piloto teria a opção de arremeter e aterrissar em Guainá, a 40 quilômetrosConforme Cipriano de Oliveira, a aeronave também deveria ter combustível suficiente para retornar à capital“O normal é que antes de decolar o abastecimento seja feito para a ida e a volta”, disse.
Técnicos do Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa) estiveram no local na tarde de ontem e recolheram destroços do avião e outros materiais, incluindo a caixa-pretaO coronel da Aeronáutica Paulo Sérgio Santos afirmou que serão levantadas todas as informações sobre as condições climáticas do momento do acidente, e que todo o material recolhido será analisadoPorém, ele afirmou não haver como adiantar nenhuma conclusão sobre o que de fato aconteceu"O que sabemos é que as condições não estavam favoráveis, mas durante uma etapa final de pouso tudo pode acontecer”, afirmou, acrescentando que o comandante da aeronave foi descrito como um piloto experiente, que trabalhava para a empresa desde 2007.
Os executivos viajavam para uma conferência onde estariam cerca de 120 pessoas, na Federação das Indústrias do Estado de Minas Gereais (Fiemg) em Juiz de Fora