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Estado de Minas

Delegado confirma crime de injúria


postado em 26/07/2012 06:00 / atualizado em 26/07/2012 07:10

Depois de ouvir todos os depoimentos necessários para concluir o inquérito que apura as ofensas racistas desferidas por Maria Pereira Campos da Silva, de 54 anos, contra uma menina negra de 4 anos, no dia 10, a Polícia Civil decidiu indiciar a mulher por injúria. Segundo o delegado substituto da 4ª Delegacia de Polícia de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, Juarez Gomes, todas as informações necessárias para elucidar o que ocorreu quando a mulher entrou no Centro de Educação Infantil Emília, em Contagem, xingando a criança, já foram levantadas. O último testemunho, da professora Mirlene Alves de Oliveira, de 36, que também presenciou os insultos, ouvido ontem, foi considerado pelo delegado como importantíssimo para as investigações.

“Ela nos deu mais detalhes sobre as pessoas que estavam presentes e também nos disse que a ofensora manifestou sua insatisfação pelo neto ter dançado quadrilha com uma garota negra na festa junina da escola, no dia 7”, disse o delegado. “Nossa ideia era comprovar a presença da acusada no local. Além disso, mesmo negando ter ofendido a criança, ela demonstrou insatisfação com a professora e confirmou que teve um desentendimento com ela por conta da festa”, acrescentou Gomes.

Na saída do depoimento, a professora Mirlene disse que contou ao delegado exatamente o que ocorreu no dia 10, quando a avó de um dos alunos entrou chamando a criança negra de “preta horrorosa”. As palavras da última testemunha mantiveram a posição já anunciada pelo delegado, de que a acusada será indiciada por injúria racial e não por racismo. Também ficou descartada a possibilidade de acareação entre os envolvidos.

DENÚNCIA

Para os advogados da Organização Não Governamental (ONG) SOS Racismo, que acompanham o caso e representam a atendente de telemarketing Fátima Adriana Viana da Silva de Souza, de 41, mãe da criança ofendida, o inquérito vai mesmo relatar a injúria com agravante racial, mas isso não significa que uma denúncia de racismo não possa ser oferecida à Justiça.

O inquérito deve ser concluído até amanhã pelo delegado. Segundo ele, só falta anexar ao documento informações referentes à vida anterior da acusada para conhecimento da Justiça. O policial não quis divulgar esses dados, dizendo que são informações sigilosas. Segundo a equipe de advogados da SOS Racismo, Maria Pereira Campos da Silva já teria uma condenação na Justiça, mas a reportagem não encontrou informações oficiais que comprovem esse dado.


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