“Ela nos deu mais detalhes sobre as pessoas que estavam presentes e também nos disse que a ofensora manifestou sua insatisfação pelo neto ter dançado quadrilha com uma garota negra na festa junina da escola, no dia 7”, disse o delegado“Nossa ideia era comprovar a presença da acusada no localAlém disso, mesmo negando ter ofendido a criança, ela demonstrou insatisfação com a professora e confirmou que teve um desentendimento com ela por conta da festa”, acrescentou Gomes.
Na saída do depoimento, a professora Mirlene disse que contou ao delegado exatamente o que ocorreu no dia 10, quando a avó de um dos alunos entrou chamando a criança negra de “preta horrorosa”As palavras da última testemunha mantiveram a posição já anunciada pelo delegado, de que a acusada será indiciada por injúria racial e não por racismoTambém ficou descartada a possibilidade de acareação entre os envolvidos.
DENÚNCIA
Para os advogados da Organização Não Governamental (ONG) SOS Racismo, que acompanham o caso e representam a atendente de telemarketing Fátima Adriana Viana da Silva de Souza, de 41, mãe da criança ofendida, o inquérito vai mesmo relatar a injúria com agravante racial, mas isso não significa que uma denúncia de racismo não possa ser oferecida à Justiça.
O inquérito deve ser concluído até amanhã pelo delegadoSegundo ele, só falta anexar ao documento informações referentes à vida anterior da acusada para conhecimento da JustiçaO policial não quis divulgar esses dados, dizendo que são informações sigilosasSegundo a equipe de advogados da SOS Racismo, Maria Pereira Campos da Silva já teria uma condenação na Justiça, mas a reportagem não encontrou informações oficiais que comprovem esse dado.