Jornal Estado de Minas

Confira as dicas de cuidados com a saúde nas férias de julho

Levar a bagagem necessária para uma viagem tranquila e se prevenir contra possíveis transtornos de saúde podem garantir as férias dos sonhos

Vanessa Jacinto
As férias estão apenas começando, mas já tem muita gente de malas prontas para seguir viagem rumo aos mais diferentes destinos
A professora Cristiane Boaventura, de 33 anos, é uma delasA passagem está comprada, o roteiro definido, o dinheiro reservado para os gastos e a máquina fotográfica no ponto para o primeiro cliquePara evitar transtornos, ela também não se esqueceu de atualizar seu cartão de vacinação.

Recém-imunizada contra a hepatite B, meningite e tétano, ela se preocupou também com a vacina contra a febre amarela, já que em seu roteiro estão destinos como Bolívia, Peru e Chile“Acho muito importante a gente se prevenirQualquer doença pode trazer uma série de complicações e não vale a pena correr o risco”, adverte.

De fato, dependendo de idade, sexo, condições de saúde da pessoa, transporte escolhido para viajar, época do ano e condições de hospedagem, entre outros fatores, a incidência de doenças infecciosas pode ser fator de risco para o surgimento de doenças graves durante uma viagemAntes de embarcar, portanto, é preciso se informar sobre as vacinas indicadas para cada região que for visitar.

Algumas vacinas são oferecidas gratuitamente nos postos da rede pública de saúdeOutras, apenas pela rede privadaDe acordo com a Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim), qualquer que seja a idade, quem for para alguns países da África e da Europa Ocidental deve estar protegido contra sarampo, caxumba e rubéolaComo muitos brasileiros adultos não foram vacinados, não vale a pena perder a oportunidade.

Independentemente do destino, crianças a partir de 1 ano devem ser vacinadas contra varicela (sarampo)E, se a viagem for feita no período entre o fim do outono e o começo da primavera no país de destino, é importante estar imune ao vírus influenza e também contra a pneumonia, especialmente no caso de pessoas idosas ou com quadros repetitivos de infecções e problemas respiratórios como asma e bronquite, segundo alerta o clínico-geral Moacyr Andrade Gonçalves.

A hepatite A, que pode ser transmitida por alimentos e água contaminada, é uma doença grave, especialmente para os mais idosos
Ela pode ser adquirida em locais sem saneamento básico, como praias desertas, matas e vilarejosSe você vai viajar para o Norte ou Nordeste brasileiro ou para países africanos e do Sudeste asiático, é bom se prevenir.

Com o cartão de vacinas atualizado, outros cuidados vão evitar problemas durante a viagemUma medida importante e nem sempre observada pelos viajantes é pensar o que vestir durante o voo ou trajeto de ônibus, em caso de percursos mais longosRoupa, calçados e, dependendo do caso, meias elásticas e até medicamentos podem evitar a trombose ou, simplesmente, garantir uma viagem tranquila, com mobilidade e boa circulação sanguínea, especialmente nas pernas.

Segundo o cirurgião vascular Francisco Osse, diretor do Centro Cardiovascular de São Paulo, o risco de trombose em viagens de longa distância, principalmente aéreas, é altoApesar de ser bastante frequente, o perigo é desconhecido pela maioria da populaçãoDe maneira geral, todas as pessoas estão vulneráveis, mas, para alguns grupos, o risco é maior.

TROMBOS


Obesos, mulheres que fazem uso de pílula anticoncepcional, adeptas da reposição hormonal {a base de estrógeno, pessoas com varizes de calibre grosso nas pernas e quem já teve algum evento trombótico (como tromboflebite e trombose venosa profunda prévia) estão mais suscetíveisMas é preciso lembrar que, em condições inadequadas para a circulação sanguínea, qualquer pessoa, independentemente da idade, pode desenvolver o problema durante o transcurso de uma viagem.

No avião, a situação de imobilidade, somada aos processos de pressurização e despressurização, aumenta o risco de desenvolvimento dos trombos nas veias, que, ao se deslocarem, podem ocasionar, inclusive, óbitos“A tromboembolia pulmonar é a primeira causa de morte súbita logo depois do desembarque ou horas depois deleA pessoa fica sentada por horas e, quando se levanta, o trombo se desloca alojando-se, principalmente, no pulmão”, explica o médico.

O primeiro passo para evitar o perigo, como já foi dito, é escolher roupas e calçados adequadosO uso de meias elásticas, com compressão indicada por especialista, também é um recurso importante
Para casos especiais, que envolvem a presença de alguma doença que aumente o risco de a pessoa desenvolver trombose, o ideal é que o médico seja visitado para indicar um medicamento anticoagulanteSe for viajar de carro, faça paradas e exercite as pernas a cada duas horasEm voos longos, também a cada duas horas, levante-se do assento para uma pequena “caminhada”, tendo sempre o cuidado de movimentar as juntas.

Outro ponto que merece atenção durante uma viagem é a alimentaçãoSegundo os especialistas, problemas gastrointestinais, como intoxicações e infecções, podem interromper o passeio antes mesmo que os viajantes cheguem ao seu destinoPara viagens de carro, por exemplo, evite o consumo de alimentos pouco saudáveis nas paradas de estradaO ideal é levar, por exemplo, sanduíches que podem ser preparados na véspera da viagem, embalados com papel laminado e mantidos na geladeira antes de serem armazenados para o transporte, como ensina a nutricionista Fernanda Moreira.

Comer em pequenas porções, em intervalos de duas horas, é o mais recomendável para viagens longas, especialmente com criançasPara elas, é importante não fugir da rotina alimentar, introduzindo alimentos aos quais elas não estejam acostumadasA dica vale não só para o percurso, mas para todo o período fora de casa.

Crianças que têm predisposição a enjoo devem tomar medicação apropriada, prescrita pelo médicoO ideal é que o estômago esteja vazio e que o medicamento seja ingerido meia hora antes da viagemSe a criança começar a passar mal no carro, interrompa a viagem para medicá-la.