O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, esteve ontem em Belo Horizonte para assinar junto com o governador Antonio Anastasia e o prefeito Marcio Lacerda o Plano Mineiro de Enfrentamento ao Uso Indevido de Álcool, Crack e outras drogasEle anunciou que estão garantidos R$ 476,7 milhões para o estado enfrentar a epidemia e, entre as ações, está prevista a abertura de 3 mil leitos para tratamento de viciados, em enfermarias especializadas, Centros de Atenção Psicossocial (CAPs) e unidades de acolhimentoHoje, existem 1.750 leitos no estadoDo total, R$ 6,7 milhões são do Ministério da Justiça para reforçar equipamentos das áreas de segurança pública, como câmeras de vigilância e bases móveis da Polícia Militar na capitalMinas é a quinta unidade da federação a aderir ao plano do governo federal anunciado em dezembro e recebe o maior repasse de recursos, junto com São Paulo
O ministro defendeu a internação compulsória de dependentes químicos, principalmente usuários de crack, quando a pessoa tiver risco de morte e for avaliada por uma equipe médicaPara isso, Padilha aposta na ampliação dos chamados consultórios de rua, que são 90 em todo o país, quatro em Belo HorizonteSão profissionais de saúde que junto com assistentes e agentes sociais trabalham em horários alternativos, até de madrugada, fazendo buscas ativas nas ruas e em áreas mais vulneráveisA previsão é que a capital receba mais dois consultórios de rua e o mesmo tipo de atendimento seja expandido para o interior.
A pessoa internada, segundo ele, deve ser levada a um projeto de tratamento continuado e com equipamentos adequados para a realidade da pessoaCom a ampliação dos consultórios de rua no país, para o ministro, as internações compulsórias serão cada vez mais comuns“Os profissionais criam um vínculo com as pessoas
O secretário de Saúde de Minas, Antônio Jorge de Souza Marques, informou que todos os equipamentos de saúde, como os centros de atendimento psicossocial e casas de passagens e consultórios de rua, terão agora um financiamento consistente, distribuído para todas as regiões de Minas“Estamos com capacidade de credenciar mais 50 unidades terapêuticas”, disse o secretário.
O subsecretário de Política Antidrogas, Cloves Benevides, informou que o Centro de Referência Álcool e Drogas já identificou e encaminhou para tratamento cerca de 40 mil pessoas desde 2005“Por ano, 4 mil vagas são abertas regularmente para atender pessoas usuárias de drogas e agora vamos ampliar essas ações”, disse Hoje são 20 CAPs de álcool e droga e o número será dobradoPela estimativa dele, são cerca de 340 mil mineiros dependentes de crack