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Estado de Minas

Em dias de jogo, entorno do Independência se transforma em zona de exclusão

Moradores e comerciantes não podem estacionar e perdem direito de ir e vir


postado em 07/06/2012 09:27 / atualizado em 07/06/2012 10:10

Desde cedo, guardas vigiam as ruas onde estacionamento é proibido(foto: Leandro Couri/EM/DA Press)
Desde cedo, guardas vigiam as ruas onde estacionamento é proibido (foto: Leandro Couri/EM/DA Press)
Para os clubes de futebol e torcedores, a inauguração da Arena Independência trouxe mais conforto e alegria. Mas para os moradores e lojista dos bairros do Horto e Sagrada Família, na Região Leste de Belo Horizonte, o estádio se transformou em um grande problema. Em dias de jogos, eles ficam praticamente sitiados, não podem estacionar carros na área e são até impedidos de trabalhar. Ontem à tarde, horas antes da partida entre Atlético e Bahia, o Estado de Minas percorreu as ruas do entorno da Arena Independência e confirmou o drama de quem trabalha ou vive no local.

Nas 10 ruas fechadas à circulação de carros em dias de futebol e nas cinco onde o estacionamento de veículos é totalmente proibido, a presença ostensiva de policiais militares, guardas municipais e agentes da BHTrans desde cedo transformam a região em uma área de exceção, onde impera verdadeiro toque de recolher. Ordens para que as pessoas retirem os carros das ruas e ameaças de multas revoltam quem mora no bairro e vê seu direito de ir e vir cerceado.

Diretor do Grupo Galpão, que tem dois endereços na Rua Pitangui, bem perto da Arena Independência, Chico Pelúcio afirma que a situação do entorno complicou muito a vida da companhia teatral. “Temos espetáculos, aulas e ensaios que demandam movimentação próxima dos nossos dois imóveis, principalmente o Galpão Cine Horto. E tudo isso acontece normalmente em dias de jogos, como os sábados, domingos e quartas-feiras. Como as pessoas não podem chegar de carro, o transtorno é muito grande. O que vamos fazer na hora de carregar caminhões para as peças?”, pergunta Chico. Ainda segundo ele, o maior problema é a forma como as coisas foram feitas. “Faltou planejamento, comunicação e organização das autoridades. Essas medidas têm que levar em conta o pensamento da população afetada e isso não ocorreu”, completa.

Morador da Rua Mário de Andrade Gomes, uma das vias que ficam fechadas nos dias de jogos, o marceneiro Ailton de Paiva Pinto, de 40 anos, não tem vaga na garagem do prédio e nunca pode estacionar o carro perto do apartamento em dias de jogo. “A gente recebe credencial e consegue entrar na rua se for morador, mas não pode estacionar de jeito nenhum. Como não tenho vaga, o jeito é tirar o carro e levar para mais longe. Além disso, para me visitar, qualquer pessoa tem que parar distante daqui”, afirma o marceneiro.

Dono de uma oficina na esquina das ruas Mário de Andrade Gomes e Córrego da Mata, Gemerson das Chagas de Souza, de 35, concorda que restringir a circulação de carros mais perto da hora dos jogos é uma boa opção, mas do jeito que está sendo feito complica muito a vida dos comerciantes. “Tenho um giro de 22 carros por dia. Como não tenho espaço interno para todos, sempre ponho alguns na rua até que outros saiam. Hoje (ontem), por exemplo, às 9h os guardas de trânsito começaram a pedir para tirar os carros, ameaçando multar se a ordem não fosse cumprida. O jeito é levar para outras ruas e assumir a responsabilidade por qualquer dano no carro dos clientes”, reclama.

O analista de sistemas Jaime Morais, de 32, morador da Rua Córrego da Mata, é um dos poucos a defender as medidas adotadas em dias de futebol e discorda dos vizinhos do entorno do Independência. “Se não fosse assim, as ruas em volta seriam um verdadeiro caos. Realmente complica um pouco, mas é muito menos do que liberar a confusão na porta das casas e estabelecimentos comerciais”, pontua.

A BHTrans diz que “em função da baixa capacidade de estacionamento e para garantir o tráfego dos moradores na região” em dias de jogos as intervenções são necessárias. Ainda segundo a empresa que gerencia o transporte e o trânsito da capital, o objetivo é “garantir a fluidez do trânsito e a segurança de motoristas e pedestres”.

Mineirinho desocupado

Liminar concedida pelo Tribunal de Justiça determina a desocupação da área externa do Mineirinho em 10 dias. O local é explorado por empresa que venceu licitação em 1989, mas o local estaria abandonado e impedindo as obras preparatórias para a Copa do Mundo de 2014, que alcançam toda a área externa do ginásio.

 

 


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