Moradores de rua e viciados em crack invadiram um galpão abandonado na Rua Major Barbosa, 151, no Bairro Santa Efigênia, na Região Leste de Belo Horizonte, e acabaram com o sossego da vizinhançaA Prefeitura de Belo Horizonte não consegue resolver o problema porque o dono do imóvel morreu há 11 anos e galpão foi incluído em uma disputa judicialAssim, a administração municipal não sabe quem deve ser notificado para limpar o imóvel, retirar o lixo acumulado e murar o terreno, para impedir a entrada de invasores.
Em 23 de abril, ainda sem saber que o dono do galpão estava morto, a PBH o notificou duas vezes e o multou em R$ 587,21“O terreno era do meu pai e de dois irmãos delesTodos já morreramHá uma questão judicial e nem sei para onde essa multa foi encaminhada”, disse Marilene Martini, filha do dono, cujo nome consta dos registros da prefeitura: Nelson Martini Duarte.
Marilene informou que o galpão estava alugado para uma drogaria, e que há uma ação na Justiça por causa de danos que o antigo locatório teria causado ao deixar o imóvel“O galpão ficou desocupado e roubaram tudo, portão, portas e janelasLevaram até o telhado”, disse“Estamos tentando resolver essa questão”, completou.
O local virou bota-fora clandestino e está infestado de insetos e roedores, e a situação apavora quem mora na Rua Major BarbosaNo antigo galpão há um cômodo sem portas e janelas, que, segundo os vizinhos, é usado pelos viciados para dormir e usar drogasA cuidadora de idosos Antonieta Valadares Costa, de 49, trabalha em frente e tem medo de ficar sozinha no ponto de ônibus, principalmente aos domingos, quando a rua fica deserta e os moradores de rua “aprontam todas”, segundo ela
Outra vizinha, que teve medo de se identificar, contou que os invasores já perseguiram uma mulher para assaltá-la“No galpão funciona uma cracolândiaNão saio de casa a pé depois das 22hChamo um táxi e peço ao motorista para estacionar bem perto do portão do prédioTenho medo de ser agredida”, disse a dona de casa.
Lixão
Papelões espalhados pelo chão servem de cama para os moradores de rua, em meio a goteiras e ruínasFogões improvisados com tijolos são vistos por toda parteO mau cheio incomoda quem mora ao lado e quem passa pela ruaPara complicar a situação, Para complicar a situação, a frente do imóvel virou um lixão, onde restos de construção, móveis velhos, lixo e animais mortos são jogados.
A Administração Regional Leste informou que a Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) vai retirar o lixo do terreno, mas que a conta do serviço será encaminhada aos responsáveis pelo galpão, embora não saiba para quem deverá enviar a cobrançaQuanto aos moradores de rua, informou que eles estão sendo acompanhados pelo Serviço Especializado em Abordagem Social.