Um canteiro de obras aberto na Avenida Santos Dumont para implantação do Transporte Rápido por Ônibus (BRT, na sigla em inglês) vai mudar a rotina de milhares de motoristas, passageiros do transporte coletivo, comerciantes e pedestres que se deslocam pelo Hipercento de Belo HorizonteA partir da madrugada de terça-feira, as intervenções vão exigir o fechamento da via, no trecho entre as ruas São Paulo e da Bahia, com exceção do cruzamento da Rua Espírito SantoCom isso, os cerca de 20 mil carros que passam diariamente pela Santos Dumont deverão fazer desvios e os passageiros de ônibus precisarão ficar atentos a mudanças no itinerárioQuatorze pontos de ônibus serão extintos e 160 linhas remanejadas para sete novos pontos de embarque e desembarque nas ruas do entornoUm transtorno que será cumprido até outubro, prazo anunciado pela prefeitura para o fim das obras do BRT da área central, orçadas em R$ 55 milhões.
O problema é que, mesmo lidando com uma situação limite de mobilidade e sujeito a eventos inesperados, como o caos enfrentado na terça-feira, quando parte de BH parou em função de um acidente no Anel Rodoviário, a BHTrans não tem um curinga na manga para evitar nó no trânsitoDurante entrevista coletiva ontem para anunciar as mudanças, representantes do órgão disseram que vão apenas monitorar o tráfego“O número de agentes vai aumentar na região em razão das mudançasUm esquema de operação vai envolver BHTrans, Batalhão de Trânsito da Polícia Militar e Guarda Municipal, que estarão distribuídos em pontos estratégicos ao longo do dia”, informou o presidente da BHTrans, Ramon Victor CesarSegundo ele, a locação maior ou menor de agentes vai mudar ao longo da semana à medida que as pessoas forem se adaptandoNos primeiros dias, o efetivo pode variar entre 30 e 70 agentes, conforme o diretor de operação da empresa, Edson Amorim
Apesar considerar as obras necessárias, o chefe do Departamento de Engenharia de Transportes da UFMG, Nilson Tadeu Nunes, afirma que o resultado do fechamento da via, nos moldes em que está sendo feito, pode resultar em um preço alto a ser pago pelo cidadão
Avenida Paraná
As estratégias poderiam ser usadas, segundo ele, para garantir a mobilidade na Região Central, caso situações de crise ocorram e travem o trânsitoA situação pode ser ainda pior e exigir mais paciência a partir de novembro, quando o canteiro de obras mudar para a Avenida ParanáA via será fechada para implantação da segunda etapa do BRT“As mudanças precisarão ser bem discutidas com os comerciantes da Paraná, pois lá os desvios dos pontos de ônibus serão ainda mais impactantes Serão mais dos que as 160 linhasPor isso é que precisamos começar devagar, criando essa cultura com o cidadão”, afirmou o secretário de Obras, Murilo Valadares
Questionado sobre o plano emergencial ou a falta dele, o presidente da BHTrans afirma que a empresa já tem um comitê de crise formado por um setor estratégico e outro operacional “Temos um Centro de Controle Operacional (CCO) funcionando 24 horas por dia
Informações sobre as mudanças sobre o transporte coletivo podem ser obtidas pelo telefone 156 ou pelo site da BHTrans