Jornal Estado de Minas

Porteiro condenado por estupros ganha liberdade

No dia 16, uma mulher que o havia reconhecido como estuprador voltou atrás e o inocentou, apontando o ex-bancário Pedro Meyer como autor do crime

Em prisão domiciliar desde 2001, o ex-porteiro Paulo Antônio Silva, de 66 anos, condenado a 16 anos por dois estupros, conseguiu ontem liberdade condicional

No dia 16, uma mulher que o havia reconhecido como estuprador voltou atrás e o inocentou, apontando o ex-bancário Pedro Meyer como autor do crimeDepois de assinar o termo de liberdade na Justiça, o ex-porteiro reafirmou inocência“Esperei minha liberdade por 15 anosDesde 2 de abril de 1997 minha vida parou”, disse.

Para ele, passar 15 anos na prisão sem ter culpa alguma foi como viver na escuridão, que começa a clarear agora“Perdi minha vida, a família, o trabalho e a liberdadePerdi dinheiro, e não fiquei com a minha mãe no momento final da vida dela, quando mais precisava de mim”, disse.

Na segunda-feira, o advogado dele, Eurípedes Barbosa, vai se reunir com a delegada Margareth Rocha“Vou buscar informações dos crimes atribuídos ao ex-bancário, reconhecido por uma das vítimas que antes culpou meu clienteVou entrar com ação de revisão criminal ”, disse.

Na prisão domiciliar, o ex-porteiro só poderia sair de casa para trabalhar, ir ao médico ou se apresentar à JustiçaAgora, com a liberdade condicional, ele pode sair de casa, desde que cumpra algumas exigências, como não se ausentar da Grande BH sem prévia autorização da Justiça;  comunicar mudança de endereço; recolher-se à residência antes das 22h; e não frequentar bares.

No entanto, mesmo antes do benefício, o preso já saía de casa, conforme constatou o Estado de MinasO próprio advogado dele confirma: “Não há uma fiscalização efetiva
Quem tem de fiscalizar é a polícia e o Poder Judiciário, que não tem gente especializada para isso”, disse Eurípedes O Fórum Lafayette informou que cabe à PM fiscalizar detentos em prisão domiciliar