Jornal Estado de Minas

Crianças dão lições de muita gentileza em Belo Horizonte

Alunos do ensino fundamental transformam pátio da escola numa feira de lições de educação e convivência. Ação faz parte do movimento A Corrente do Bem, criado na Austrália em 2007

Jefferson da Fonseca Coutinho

- Foto: Maria Tereza Correia/EM/D.A Press

Avançar além dos muros da escola e fazer a diferença na vida do próximo No Dia Mundial da Boa Ação os cerca de 1,2 mil alunos do Colégio Pitágoras, no Bairro Cidade Jardim, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, tiveram um intervalo para enxergar o futuro com os olhos do coraçãoO mutirão pela consciência cidadã, liderado por crianças de 10 e 11 anos, alunos do 6º ano, faz parte do movimento A Corrente do Bem, criado na Austrália em 2007, que apenas no ano passado mobilizou 1 milhão de pessoas em 35 paísesSão esperadas para este ano mais de 3 milhões de ações em todo o mundo.

Pátio adentro, Artur Cabral, de 17 anos, escreve seu recado no telão multimídia: “O ego leva ao buraco”Ana Tereza, de 11, extrovertida, percorre quadrantes com a cesta colorida de mensagens para crianças e adultos“O Dia Mundial da Boa Ação não representa apenas a solidariedadeRepresenta uma preocupação maior com a educação e com o carinhoCom o respeito aos outrosQuer ler uma mensagem?”, ofereceNo retalho de papel, a boa lição: “Foi magoado? Perdoe.” Para Bianca Pessoa, de 17, o movimento é um passo importante pelo futuro: “É muito legal essa consciência desde pequenoQuanto antes melhor”.

As crianças se multiplicam com suas cestinhas cheias de bilhetes com ideais de cidadania

“Quer ler um recado?”, oferta a mocinha de óculosSim, claro“Recebeu um favor? Retribua”, sugere o papelzinho cor-de-rosaTrês homens azuis e um avatar, atores amadores e alunos da instituição, se destacam na ação Leonardo Guimarães Duca, de 18, Renato Cardoso Guimarães Junqueira, de 17, e Lucas Oliveira Mendes, de 16, em performance, estão decididos a dar exemplo aos “meninos mais novos”, colegas de escola“Queremos melhorar o coração das pessoas”, diz Renato.

“Uma mensagem, moço?”, impossível resistir a mais uma oferta“Ofendeu? Desculpe-se.” É isso aíAlém de gentilezas, a jovem avatar distribui autógrafosÉ um sucesso entre os menoresFoi preciso dois horários para Paula Dornelas, de 17, se transformar na personagem célebre do cineasta James Cameron, coberta por maquiagem azul
“Representar o avatar significa chamar a atenção para os cuidados com o futuro do planeta”, justifica Requisitada, Paula, que pretende ser jornalista, dedica-se sem perder o fôlego à comunicação com os pequenos fãs, companheiros agentes da corrente do bem.

A diretora Cristina Durzi demonstra o maior orgulho da atitude de seus pupilos“A energia que eu tenho na minha vida tiro é daqui, da educação de nossos alunos”, alegra-seOrgulho e satisfação que se repetem na professora de ética Beatriz Vilas Boas, orientadora do projeto de boa convivênciaPara a educadora, a ideia é resgatar e valorizar as boas relações humanas“A escola é um espaço de informação, mas é também de formação para a vida”, considera.