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Estado de Minas

Viaduto Santa Tereza está abandonado em BH

Considerado um dos símbolos da cidade, viaduto está depredado das bases aos famosos arcos, em um abandono comum a outros espaços que levam o nome da santa, como o mercado distrital


postado em 20/04/2012 06:00 / atualizado em 20/04/2012 13:35

Rabiscos ajudam a piorar a sensação de imundície que toma conta da estrutura, cujo revestimento está caindo em vários pontos. Prefeitura garante já ter projeto de recuperação(foto: Jackson Romanelli/EM/D.A Press)
Rabiscos ajudam a piorar a sensação de imundície que toma conta da estrutura, cujo revestimento está caindo em vários pontos. Prefeitura garante já ter projeto de recuperação (foto: Jackson Romanelli/EM/D.A Press)

Os arcos que inspiraram artistas, são considerados um dos símbolos de Belo Horizonte e já estamparam até peças publicitárias da administração municipal, pedem socorro. Um misto de sujeira, abandono e depredação transformou uma das estruturas mais marcantes do cenário urbano de Belo Horizonte em paisagem sombria, que não só não atrai como traz medo à população de BH. Esse é o resumo não só dos arcos, mas de todo o Viaduto Santa Tereza, uma das principais ligações entre o Centro e a Região Leste da cidade. Escadas destruídas, cheiro insuportável, pichação por todo lado, buracos nas calçadas, fiação exposta e uso de drogas são exemplos daquilo em que se transformou o elevado. Coincidentemente, o descaso é comum a outros marcos da capital que levam o nome da mesma santa: a mercado distrital está completamente esquecido, enquanto a restauração do Cine Santa Tereza, na Praça Duque de Caxias, no bairro de mesmo nome, ainda é uma esperança.

“Esse viaduto é simplesmente horroroso. A sujeira toma conta de tudo”, critica a professora Maria Alice Oliveira, de 52 anos. Opinião compartilhada pela diarista Margareth Maria de Oliveira, 48, que aguarda sob o viaduto para ir a uma feira na Serraria Souza Pinto. “É assustador esperar aqui. O mau cheiro é terrível, parece que aqui não tem higiene”, diz ela. Basta andar na parte superior ou por baixo da estrutura para perceber que as escadas estão impregnadas de urina, faltam pedaços de reboco ou revestimento em várias partes e os garranchos da pichação dominam cada espaço possível, até os próprios arcos. A falta de segurança também é um tormento, mesmo com um posto policial embaixo do viaduto. “Já vi vários assaltos, em diferentes horários do dia”, testemunha o advogado Matheus Moraes.


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O esquecimento cruzou o viaduto e se instalou também mais adiante, no Bairro de Santa Tereza, no mercado distrital fechado há seis anos. “Esse espaço é muito importante para a população local e de toda a cidade. Queremos algum empreendimento que fortaleça a cultura e também resgate a história do bairro, com a possibilidade de ser um ponto de encontro na região”, conta o diretor do Instituto Pró-Cultura e Cidadania de Santa Tereza, Pedro Martins. Segundo ele, a Regional Leste da PBH tinha marcado uma reunião com a comunidade, hoje, para discutir uma proposta para a área, mas o encontro foi cancelado.

Já o tradicional Cine Santa Tereza, na Praça Duque de Caxias, no mesmo bairro, parece que será, enfim, restaurado. Prevista no Orçamento Participativo de 2003, a obra agora deve ser tocada em parceria com a mineradora Vale, que já depositou R$ 1,7 milhão para a PBH. “Acredito que a reforma fique pronta ainda nesta gestão. Será mantido o cinema, mas também haverá espaço para biblioteca e teatro. O espaço será todo restaurado”, diz a diretora de Patrimônio Cultural de Belo Horizonte, Michele Arroyo.

Sobre o Viaduto Santa Tereza, ela garante que há um projeto de revitalização, atualmente em fase de reajuste de preços pela Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), já que o estudo é de 2008. “Inicialmente, o recurso seria do PAC das Cidades Históricas, prometido pelo Ministério da Cultura. Como o dinheiro não veio até agora, a prefeitura vai tocar a revitalização por contra própria, pois o viaduto é prioridade. Os arcos serão restaurados, será reativado o banheiro público, as escadas e calçadas serão refeitas e a parte de baixo terá infraestrutura para atividades culturais, com palco para apresentações artísticas” sustenta Michele.

A Regional Centro-Sul informou que faz a manutenção diária do viaduto, varrendo duas vezes por dia e lavando as escadas também duas vezes, de segunda a segunda, e culpa a população pela depredação. Sobre o Mercado Distrital de Santa Tereza, a assessoria de comunicação da PBH negou ter marcado reunião para debater o futuro do espaço e se limitou a informar que a administração está concluindo uma proposta de uso para o mercado que será apresentada em breve.


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