"Como pode uma pessoa responsável pela manutenção de um avião sair da universidade sem nunca ter pego nas ferramentas que vai usar?" A pergunta, feita por Antônio Pacheco, estudante do 6º período da graduação tecnológica em Manutenção de Aeronaves, na Fumec, é um dos principais motivos que levaram os alunos do curso a realizar um protesto nesta segunda-feira, em Belo Horizonte. Segundo a BHTrans, cerca de 50 universitários fecharam uma das pistas da Avenida Afonso Pena e seguiram até a Rua do Cobre pedindo melhorias no prédio da graduação.
Pacheco, um dos coordenadores da manifestação, disse que o curso, oferecido no campus localizado na Avenida do Contorno, não disponibiliza laboratórios para os alunos aprenderem a parte prática da profissão. Ele reclama ainda de questões estruturais do prédio onde acontecem as aulas, como a ausência de extintores de incêndio. "Precisam respeitar nosso investimento, nosso tempo", reclama o aluno, que cursa o último semestre da graduação. Segundo ele, mais de 300 pessoas se mobilizaram no protesto. Outro aluno do 6º período, identificado apenas como Henrique, fez coro à reivindicação. "Um mecânico de avião sem conhecer as ferramentas é a mesma coisa que um jornalista que nunca pegou em uma câmera", exemplificou.
Lançado há três anos, em março de 2009, o curso tem seis semestres de duração. Os manifestantes fazem parte da primeira turma que vai se formar na graduação. No site da universidade é informado que, uma vez formado, entre outras tarefas, o gestor de manutenção de aeronaves vai se incubir de "identificar e preparar as ferramentas, os equipamentos e os instrumentos adequados ao trabalho da manutenção", principal ponto questionado pelos estudantes.
O em.com entrou em contato com a Fumec, mas ninguém foi encontrado para comentar o assunto até a publicação desta reportagem.