Uma ocorrência envolvendo um policial federal e a testemunha de um processo contra uma juíza mobilizou as polícias Militar, Civil e Federal na manhã desta terça-feira na Região da Pampulha, em Belo HorizonteAs primeiras informações da Polícia Militar (PM) apontavam que um dos envolvidos seria um segurança do deputado estadual Durval Ângelo (PT), que teria confundido o veículo descaracterizado da Polícia Federal (PF) com o carro de assaltantesNo entanto, a ligação profissional de Wallington Aparecido Caldeira, de 46 anos, com o parlamentar foi desmentida pelo gabineteCaldeira prestou depoimento contra a juíza Maria José Starling - suspeita de pedir dinheiro para libertar o goleiro Bruno - , em um processoNa época, ele era subcoordenador do Comissariado de Menores de Esmeraldas e foi apontado como peça chave no processo contra ela no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), conforme o gabinete de Durval Ângelo.
Segundo informações de policiais federais, que não quiseram se identificar, por volta das 9h30 a mulher de Wallington estava em um Honda Civic, quando percebeu que estava sendo seguida por outro veículoNo carro, estavam um casal de agentes da Polícia Federal (PF)Wallington saiu de carro, com o filho na direção, e acabaram se encontrando com a mulher no Bairro Trevo, onde moramEle teria se identificado como policial civil e atirado contra o veículo descaracterizado da PF
De acordo com a PF, os homens atiraram seis vezes contra os policiais, que revidaram os tirosO policial Eduardo de Paula Pinho Tavares, de 40 anos, foi atingido por dois tiros no tórax e fraturou a escápulaEle foi levado para o Hospital Risoleta Neves, onde passou por cirurgia
Caldeira estava sendo investigado por crimes previdenciários, segundo os policiaisEles também informaram que a arma que Wallington usava, um revólver Taurus 38, cuja licença data de 1993, na época em que o registro de armas ainda era feito pela Polícia CivilDurante buscas na casa de Caldeira, foram encontradas algumas fotos dele com políticos e autoridades.
Pela manhã, a assessoria de Durval Ângelo informou que o Wallington não tinha vínculo empregatício com o gabinete, mas confirmou " a relação de amizade e participação com o mandato" do parlamentarA assessoria também prestou solidariedade à família do homem, já que, a princípio, o deputado acreditava que Wallington teria sido vítima de assaltoEm nota publicada no início desta tarde, o gabinete do deputado voltou a negar o vínculo empregatício com a equipe e explicou como Wallington chegou ao deputadoLeia a nota íntegra:
O deputado estadual Durval Ângelo (PT) esclarece que Wallington Aparecido Caldeira Cruz, 46 anos, não mantém nenhum vínculo empregatício com seu gabinete na Assembleia Legislativa
Caso Bruno
Em junho do ano passado, a juíza foi alvo de uma denúncia feita pela noiva do goleiro Bruno Fernandes, a dentista Ingrid OliveiraEm depoimento às comissões de Direitos Humanos e Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) , Ingrid afirmou que a juíza pediu R$ 1,5 milhão para que pudesse conseguir um habeas corpus para libertar o jogador.