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Estado de Minas

Acampamento do MLST que teve líderes executados terá de ser desfeito

Nesta quarta-feira, a Justiça determinou a reintegração de posse da Fazenda São José do Cravo à usina Vale do Tijuco Açúcar e Álcool Ltda


postado em 28/03/2012 19:16 / atualizado em 28/03/2012 19:50

Os líderes do acampamento foram executados em uma estrada de terra(foto: Vinícius Lemos/Correio de Uberlândia)
Os líderes do acampamento foram executados em uma estrada de terra (foto: Vinícius Lemos/Correio de Uberlândia)
Os integrantes do Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST) terão de deixar o acampamento localizado na Fazenda São José do Cravo, na Cidade do Prata, no Triângulo Mineiro. O juiz da Vara Agrária de Minas Gerais, Octávio de Almeida Neves, determinou a reintegração de posse do terreno que pertence à usina Vale do Tijuco Açúcar e Álcool Ltda. As terras foram ocupadas em novembro de 2011. O local é o mesmo onde moravam os três líderes do movimento que foram assassinados no último fim de semana. A decisão ainda cabe recurso.

De acordo com o juiz, a posse do imóvel deve permanecer com a usina, que o explora “sistematicamente”, e não ficar “nas mãos daqueles que nem sequer têm recursos para explorá-lo, dependentes que são de políticas públicas viabilizadoras”. O magistrado questionou também se os ocupantes “estão cadastrados ou são aptos a serem beneficiários da reforma agrária”.

Segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), a usina vem sofrendo prejuízos por causa da permanência dos ocupantes no local. A produção deste ano, de cana-de-açúcar, pode ser perdida por estar em meio ao processo de plantio. Funcionários da usina também afirmaram que a entrada no imóvel estava sendo controlada pelos ocupantes, que chegavam até a intimidar as pessoas.

Caso a ordem seja descumprida, os integrantes terão de pagar multa diária de mil reais. Se houver necessidade, o juiz pediu apoio policial.

O crime

Milton Santos Nunes da Silva, de 51 anos, sua mulher, Clestina Leonar Sales Nunes, de 47, e Valdir Dias Ferreira, de 39, foram executados a tiros na manhã do sábado. Eles seguiam para Uberlândia pela MGC-455, quando foram interceptados perto do distrito de Miraporanga. Somente o neto do casal, um menino de 5 anos, conseguiu fugir e pedir ajuda. Pelo menos quatro homens que estavam num veículo prata interceptaram o carro dirigido por Valdir, na altura da ponte sobre o Rio Estiva.

O laudo de necropsia nos corpos dos três líderes apontou que cada um deles foi morto com dois tiros na cabeça. Segundo a perícia, Clestina Sales foi atingida por dois tiros na parte frontal da cabeça, Valdir Dias Ferreira levou um tiro no pescoço e outro na nuca e Milton Santos Nunes foi atingido por um tiro na região temporal direita e por outro de raspão na nuca.

Há duas linhas de investigação sobre os motivos dos assassinatos: conflito agrário ou disputa interna no acampamento.


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