Jornal Estado de Minas

Laudos confirmam que sem-terra foram executados com tiros na cabeça no Triângulo Mineiro

Investigações seguem em sigilo e nenhuma pessoa ainda foi apontada como autor dos assassinatos

João Henrique do Vale
O crime aconteceu em uma emboscada na MGC-455 - Foto: Vinícus Lemos/Correio de Uberlândia
O laudo de necropsia nos corpos dos três líderes do Movimento pela Libertação dos Sem Terra (MLST), que foram assassinados no último sábado em uma estrada no Triângulo Mineiro, apontou que cada uma das três vítimas foi morta com dois tiros na cabeçaO resultado, divulgado nesta terça-feira, pode confirmar a suspeita do delegado Samuel Barreto Souza, responsável pelo inquérito, que disse nessa terça-feira que as vítimas foram executadasA linha de investigação da políca ainda é mantida em sigiloPor enquanto, ninguém é apontado como o autor dos crimes

O crime aconteceu na manhã de sábadoSegundo a Polícia Militar (PM), Valdir Dias Ferreira, de 39 anos, Milton Santos Nunes da Silva, de 52, e Clestina Leonor Sales Nunes, de 48 saíram do acampamento no município de Prata para uma reunião de representantes de movimentos sociais em UberlândiaNo trajeto, foram interceptados por um carro cinza antes de uma ponte na MGC-455Segundo a perícia, Clestina Sales foi atingida por dois tiros na parte frontal da cabeça, Valdir Dias Ferreira levou um tiro no pescoço e outro na nuca e Milton Santos Nunes foi atingido por um tiro na região temporal direita e por outro de raspão na nuca.

O único sobrevivente do assassinato é uma criança de 5 anos, neta de Milton e Clestina, que já foi ouvida pela Polícia CivilEla conseguiu fugir do local do crime e pedir ajudaA polícia deve ouvir outras testemunhas durante a semana para tentar chegar aos suspeitos

A linha de investigação da polícia é mantida em sigilo
Nessa segunda-feira, o delegado responsável pelo caso, Samuel Barreto Souza, afirmou que trabalha com duas linhas, que não serão reveladas para não atrapalhar na apuração do casoTrês delegados e 12 investigadores de Uberlândia e de Belo Horizonte trabalham nas diligências