Jornal Estado de Minas

UFMG vai abrir sindicância para apurar se houve abusos em trote pornográfico

João Henrique do Vale

A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) vai investigar se houve abuso durante um trote de alunos do curso de Turismo, no Instituto de Geociências (IGC), nesta quinta-feira

Alguns estudantes relataram que duas calouras chegaram a ser amarradas a um posteVeteranos também teriam se vestido de policiais militares e colocado camisinhas na ponta de cassetetes, obrigando os novos universitários a chupar o objetoA ação assustou algumas pessoas que passavam pelo campusOs estudantes, no entanto, garantem que não houve excessos e que tudo não passou de uma brincadeira

O diretor de assuntos estudantis da universidade, Luís Guilherme Knauer, disse que chegou ao local e não constatou qualquer abuso“Quando soubemos o que estava acontecendo, a segurança foi acionada e acompanhou os alunos para ver os procedimentos Fomos até o local e as coisas que foram relatadas não estavam acontecendoDe qualquer maneira, por causa da gravidade da denúncia, estamos instalando uma sindicância a partir de amanhã (sexta-feira)”, afirma

A diretora do IGC chegou a conversar com uma das alunas que participavam do trote e ela negou que houvesse violência“A diretora conversou com os alunos que não quiseram sair do trote”, explica Luís Guilherme
Caso fique comprovado que a brincadeira passou dos limites, eles podem levar punições que vão desde advertência formal a suspensão e até expulsão

 

Aluna do 8º período de Turismo, Ana Paula Santos Rodrigues participou da recepção aos calouros e conta que esse trote já é tradicional no curso“ Não houve abusoTêm seguranças da UFMG aqui e todos estão conscientesOs calouros não sabiam do trote, mas tiveram a opção de não participar”, relata

Segundo ela, os calouros foram pintados e sujos de terra e farinhaDurante o trote, os guardas da universidade acompanharam e chamaram para conversar com veteranos que se excediam na comemoração, evitando abusosRodrigues não organiza os trotes, mas participa há quatro anos e afirma que nunca houve problemas

Outros estudantes do curso, que já estiveram no lugar dos calouros, também relataram que foi tudo brincadeiraHouve um momento de juramento dos novos alunos, uma espécie promessa na qual oferecem obediência eterna aos veteranos

Conforme os relatos, os novos universitários toparam participar do “teatro”, sem levar a sério

A UFMG informou que trotes dentro do campus são proibidos há pelo menos 15 anos A universidade informou que se algum aluno se sentir mal com as brincadeiras pode procurar a Diretoria de Assuntos Estudantis (DAE) e denunciar.

(Com informações de Luana Cruz)