Passa das 23h, mas o jogo continua acirrado na quadra no Bairro Cachoeirinha, Região Nordeste de Belo Horizonte
Do lado de fora da casa, os ruídos produzidos na pelada chegam a 80,9 decibéis, o que equivale ao som de um motor de aspirador de pó sugando poeira ou a uma furadeira de impacto perfurando uma parede de concretoMesmo com o muro alto que separa a casa de Hayram da quadra de futebol, o nível de poluição sonora que bate à janela é alto: 70 decibéis – o mesmo provocado numa escavação de solo com uso de pá e picareta“Quando as luzes da quadra se apagam, lá pela meia-noite, e a gente acha que finalmente vai ter sossego, o barulho vem da Avenida Bernardo Guimarães e da fábrica que fica ao lado aqui de casa”, afirmaA região onde ele mora, a Nordeste, é a segunda em volume de reclamações no Disque-Sossego, com 1.104 ligações, perdendo apenas para a Centro-Sul, com 1.937.
Também na Região Nordeste, no Bairro Cidade Nova, a aposentada Aramina Duarte Lages, de 83, foi cercada por todos os lados por fontes de poluição sonora
Uma medição feita do lado de fora da residência de dona Aramina, registrou a média de 71,2 decibéisAté as 23h30, a serra e as marteladas continuaram, produzindo picos de 85 decibéis fora do edifício, o que equivale a uma esmerilhadeira limando metal“A barulheira aqui vai às vezes até as 2hNinguém respeitaOs carros saem cantando pneus
SEM JUSTIFICATIVA
A gerência da Feira dos Produtores informou que o local passa por reformas e que não há permissão para que o trabalho passe das 22hSegundo a administração, a segurança será notificada e as obras até tarde da noite não voltarão a ocorrerA reportagem não conseguiu encontrar ninguém que se responsabilizasse pela quadra esportiva e justificasse o barulho das peladas de futebol até tão tarde.
Na Região Centro-Sul as medições na Avenida Prudente de Morais e na Rua Sergipe, na Savassi, apresentaram média inferior a 80 decibéis, apesar da grande frequência nos baresUm dos motivos é que os locais mais densamente habitados, onde as medições foram feitas, não ficam próximos do agitoDe qualquer forma, as buzinas dos carros e a aceleração de motos desreguladas geraram picos altos, de 83,3 e de 86 decibéis.