Jornal Estado de Minas

Empresas vão à Justiça pedir ilegalidade da greve dos rodoviários

Segundo o Setra-BH, os rodoviários não comunicaram o sindicato em no prazo de 72h, conforme prevê a lei

João Henrique do Vale

A polícia ficou em pontos estratégicos para garantir a seguranças dos motoristas que deixavam as garagens - Foto: Renato Weil/EM/D.A.Press

 

O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH) entrou com um dissídio de greve no Tribunal Regional do Trabalho, na tarde desta segunda-feira, para solicitar a avaliação sobre a irregularidade da paralisaçãoSegundo o sindicato, os rodoviários não comunicaram oficialmente o ínicio da greve, com 72 horas de antecedência, conforme prevê a lei“Eles não deram resposta para a proposta que fizemos e nem nos comunicaram sobre a decisão da assembleiaPor isso é que entramos com o pedido para a Justiça declarar o abuso do movimento”, explica o assessor de comunicação do Setra-BH, Edson Rios Júnior

Segundo o Setra, advogados do sindicato protocolam o documento nesta tarde no Tribunal Regional do TrabalhoO órgão afirmou foram ajuizadas duas ações que serão julgadas pelo vice-presidente do tribunal, o magistrado Marcus Moura FerreiraA decisão pode sair ainda nesta segunda-feiraO em.com entrou em contato com o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Belo Horizonte (STTRBH), mas ninguém foi encontrado para comentar o assunto.


Veja imagens da greve

Nesta manhã, a BHTrans chegou a notificar as empresas de transporte coletivo sobre as responsabilidades diante da greve dos rodoviários em Belo HorizonteA empresa pode punir os concessionários do sistema caso a persistência da paralisação resulte em descumprimento das obrigações contratuais com relação à prestação do serviço

A BHTrans reforçou que é obrigação de cada concessionária manter reserva técnica suficiente para atender os níveis de serviços e elaborar e implementar esquemas de atendimento emergencial à população

A categoria revindica reajuste salarial de 49%, 30 folhas de tíquete-alimentação de R$ 15, a instalação de banheiros femininos nos pontos finais, participação nos lucros e resultados (PLR) e uma jornada de trabalho de seis horas diárias
Os sindicatos das empresas de ônibus propõem reajustar em 13% o salário dos motoristas e trocadores - condicionado ao aumento de 20 minutos na jornada de trabalho diária - e de 9% para a manutenção e administração

As empresas também oferecem um aumento de 6% no ticket-alimentação, R$ 150 na participação dos lucros (para quem ganha até R$ 1.000), e R$ 300 para quem recebe acima desse valorOutra proposta aos motoristas e trocadores é o aumento de 6%, sem mudança na carga horária

O trânsito ficou complicado em várias regiões da capital mineira - Foto: Sidney Lopes/EM/D.A.Press

Manhã de caos

A paralisação dos rodoviários deixou o trânsito congestionado e muitos passageiros sem o transporte coletivo nesta manhã de segunda-feira O grande volume de veículos particulares nas ruas deixou o trânsito lento nas principais avenidas da capital mineiraAs mais afetadas foram a Cristiano Machado, Amazonas, Pedro I, Antônio Carlos

A região do Barreiro foi a mais prejudicada pela greveSegundo a BHTrans as estações BHBUS Barreiro e Diamante não estavam operandoAlém desses terminais, na Estação Venda Nova 43% das viagens são cumpridas, na Vilarinho são 28% e na São Gabriel 27%As demais linhas de ônibus do sistema municipal operam parcialmente, com excesso de passageiros em alguns pontos de embarque


(com informações de Luana Cruz)