Jornal Estado de Minas

Companheiras de Idi Amin permaneceram ao lado do gorila em seus últimos momentos

O gorila morreu de uma parada cardiorrespiratória irreversível na manhã desta quarta-feira

João Henrique do Vale
As gorilas Kifta e Imbi passaram por três meses de adaptação antes de estabelecerem proximidade com o anfitrião - Foto: Maria Tereza Correia/EM/D.A Press


As duas companheiras do gorila Idi Amin, que morreu na manhã desta quarta-feira durante um procedimento médico-veterinário, mostraram o amor e o afeto que tiveram pelo companheiro durante os sete meses em que viveram juntosDe acordo com a Fundação Zoo-Botânica de Belo Horizonte, nos últimos dias as duas fêmeas permaneceram ao lado do único representante da espécie que vivia em cativeiro na América do Sul, demonstrando carinhoIdi vinha tratando de uma ferida em seu braço esquerdo, que evoluía satisfatoriamentePorém, nas últimas semanas, outras doenças crônicas, como insuficiência renal crônica e osteoartrite, que já eram controladas há anos por veterinários, alteraram o metabolismo do animal e causaram anemia e desidratação.

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Nos últimos três dias, segundo a FZB-BH, o gorila não saiu da jaulaO estado de saúde dele teria se agravado devido à idade avançada e às doençasNesta manhã, veterinários fizeram uma contenção farmacológica para que fosse feita uma hidratação parenteral mais profunda e coleta de amostras para a realização de novos examesPorém, durante o procedimento, Idi sofreu uma parada cardiorrespiratória irreversível e morreuO óbito foi constatado às 11h

O corpo do animal passará por uma necropsia ainda nesta quarta-feiraO resultado deverá ficar pronto em aproximadamente 30 diasO laudo vai indicar qual foi a causa da morte de Idi Amin


- Foto: Jackson Romanelli/Especial o EMNo tempo em que o gorila passou por momentos difíceis, com a debilitação devido às doenças, as suas duas companheiras Imbi e Kifta, mostraram que em pouco tempo em que estiveram juntos, Idi Amin conquistou o coração das fêmeasSegundo a FZB-BH, durante o tratamento do gorila, as duas não saíram de perto dele e sempre mostraram comportamento natural e carinhosoQuando tinham de ser retiradas do local onde eram feitos os procedimentos, Imbi e Kifta ficavam distantes, mas sempre atentas ao macho

As duas chegaram a Belo Horizonte em agosto de 2011, vindas da InglaterraAlém de fazer companhia ao solitário Idi Amin, o objetivo era gerar herdeiros Elas não demoraram para adaptar ao novo ambiente e virou a alegria dos visitantes que lotaram o zoológico nos primeiros dias das fêmeas

Desde a chegada das gorilas, segundo a FZB-BH, foram registrados pelo menos três acasalamentos entre Idi e a fêmea Imbi, mas sem indícios de gestação

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História

O gorila Idi Amin chegou ao zoológico em 1975, vindo de uma instituição francesa, ainda criança, com 2 anosCom quase 2,60 metros de altura, mais de 200 quilos e um pelo escuro, com toques prateados no dorso, esse solteirão, infelizmente, não tinha muitos romances nem aventuras sexuais para mostrar aos visitantesIdi foi transferido para a capital na companhia da fêmea Dada, da mesma idade dele
Os dois viveram juntos até março de 1978, quando ela morreu por complicações de uma infecção no ouvido.

Em fevereiro de 1984, o gorila ganhou uma nova namorada, Cleópatra, que morava no zoológico de São Paulo (SP)Mas, o romance durou poucoCleópatra, que estava debilitada, morreu 14 dias depois, com um grave quadro clínico de desidratação e diarreiaDesde que ficou viúvo pela segunda vez, o gorila viveu sozinho.

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Repórter invade a jaula de Idi AminVeja: