O “coro dos meninos”, como aparece nos créditos de Minas, era formado por Rúbio, Alexandre “Jacarezinho”, André Luiz Veiga e Marco Valério VeigaEsses dois últimos são irmãos do compositor Wagner Tiso, de quem Rúbio é primo distanteEles cantam em Minas, faixa de abertura do disco, e Paula e Bebeto, cuja atuação do coro é ainda mais marcante“O disco é dedicado a todas as pessoas que ajudaram e pro Rúbio, o menino que juntou as primeiras letras do meu nome e descobriu o título”, escreveu Milton no encarte do álbum.
Rúbio, que tinha 51 anos, nasceu em Belo Horizonte, mas passou boa parte da vida entre a capital mineira e Três Pontas, no Sul de Minas, onde tem parentesInteressado por música desde criança, tornou-se profissional reconhecidoSeu instrumento principal era o saxofone e, entre os principais grupos nos quais atuou, estão a Big Band do Palácio das Artes e o quarteto de saxofones Minasax, com que desenvolveu trabalho relevante com arranjos instrumentais para peças da MPB, registrado no disco Minasax (1997)Também atuou como professor de saxofone do Centro de Formação Artística do Palácio das Artes e com o Jota Quest nos primeiros anos da banda.
Na ocasião da gravação de Minas, de Milton Nascimento, Rúbio passava férias na casa do artista, no Rio, com alguns amigos e parentes da mesma faixa etáriaEra um hábito da turma de adolescentes passar todo ano uma temporada de diversão na Cidade Maravilhosa, onde Milton, que morou vários anos em Três Pontas, está radicado desde entãoO artista queria um coro infantil para participar das gravações e não teve dúvida de quem escalaria para cumprir a tarefaTodos eram bem próximos uns dos outros.
Quem confirma essa história é o cantor Paulo Francisco Veiga, de 29 anos
“Rúbio sempre foi muito musical e, para mim, não foi surpresa nenhuma vê-lo se tornar profissionalEra um cara muito inteligente, que colocava a música à frente e tinha o pé no profissionalismoTocava e cantava desde pequeno e tinha a família musicalLenice mãe dele, toca acordeon, e o Keller, um dos seus irmãos, virou cenógrafo da Globo, mas ‘batia’ um pianinho de leve”, lembra Fredera, há muitos anos radicado em Alfenas, cidade próxima a Três Pontas, no Sul de Minas