Jornal Estado de Minas

Prédio é interditado na Região do Barreiro por risco de desabamento

Rachaduras são tão grandes que é possível ver o andar de baixo pelas fendas. Dos 16 apartamentos, 14 foram desocupados

Mais um prédio corre risco de desabar em Belo Horizonte, desta vez na Rua Taboão da Serra, 317, no Bairro Itaipu, Região do Barreiro
Rachaduras se espalharam pelos quatro andares e os moradores dos 16 apartamentos foram orientados pela Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Comdec) a deixar o imóvel, mas duas famílias que ainda não acharam outro imóvel para alugar permanecem no localEsse é o quarto prédio da capital que tem a estrutura abalada nos últimos meses.

O estudante Sávio Neves de Araújo, de 16, conta que ele, a mãe e um irmão estão morando de favor no apartamento de um vizinho do prédio ao lado“A gente começou a ouvir estalos e as rachaduras apareceram de uma hora para outra”, disse o estudanteO apartamento dele fica no último andar e é o mais danificadoA camareira Celeste da Luz, de 36, é uma das moradores que permanecem no prédio do Bairro Itaipu.

“Estou tendo dificuldade de encontrar imóvel para alugar com os R$ 400 que a prefeitura oferece com o Bolsa MoradiaO valor é muito baixo e há muita burocracia na imobiliáriaA situação é crítica e estou com medo de ficar aqui”, disse Celeste, que mandou os três filhos para a casa de um irmão em Contagem, na Grande BHSegundo ela, as rachaduras nas paredes começaram em agosto e foram aumentandoHoje, é possível enxergar o andar de baixo pelas fendas nos corredores.

Famílias carentes O condomínio tem quatro prédios e foi construído em 2010 em um terreno cedido pela Prefeitura de Belo Horizonte com recursos da Caixa Econômica Federal (CEF)As famílias beneficiadas foram escolhidas por meio do Orçamento Participativo
A camareira conta que vai pagar prestação de R$ 150 por 20 anos“Moro aqui desde janeiro do ano passado e ainda estava comprando as coisas para o apartamentoAgora, embalei tudo e vou ter que sair”, lamenta Celeste.

A Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte (Urbel) garante que não há risco imediato de o imóvel desabar, porém, ponderou que a reforma é necessáriaNa semana passada, as famílias foram orientadas a deixar o localEm contrapartida, auxiliou os moradores com a Bolsa Moradia, de R$ 400 mensaisA construtora EPC Empreendimentos, responsável por erguer o prédio, reconheceu os problemas na estrutura e se comprometeu a fazer os reparos.

Para isso, porém, é preciso que todas as famílias deixem o localA demora em sair do imóvel, ainda de acordo com a Urbel, se deve à dificuldade que os moradores estão tendo para conseguir alugar outra residência no valor máximo de R$ 400, quantia que receberão do auxílio da prefeitura