O estudante Sávio Neves de Araújo, de 16, conta que ele, a mãe e um irmão estão morando de favor no apartamento de um vizinho do prédio ao lado“A gente começou a ouvir estalos e as rachaduras apareceram de uma hora para outra”, disse o estudanteO apartamento dele fica no último andar e é o mais danificadoA camareira Celeste da Luz, de 36, é uma das moradores que permanecem no prédio do Bairro Itaipu.
“Estou tendo dificuldade de encontrar imóvel para alugar com os R$ 400 que a prefeitura oferece com o Bolsa MoradiaO valor é muito baixo e há muita burocracia na imobiliáriaA situação é crítica e estou com medo de ficar aqui”, disse Celeste, que mandou os três filhos para a casa de um irmão em Contagem, na Grande BHSegundo ela, as rachaduras nas paredes começaram em agosto e foram aumentandoHoje, é possível enxergar o andar de baixo pelas fendas nos corredores.
Famílias carentes O condomínio tem quatro prédios e foi construído em 2010 em um terreno cedido pela Prefeitura de Belo Horizonte com recursos da Caixa Econômica Federal (CEF)As famílias beneficiadas foram escolhidas por meio do Orçamento Participativo
A Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte (Urbel) garante que não há risco imediato de o imóvel desabar, porém, ponderou que a reforma é necessáriaNa semana passada, as famílias foram orientadas a deixar o localEm contrapartida, auxiliou os moradores com a Bolsa Moradia, de R$ 400 mensaisA construtora EPC Empreendimentos, responsável por erguer o prédio, reconheceu os problemas na estrutura e se comprometeu a fazer os reparos.
Para isso, porém, é preciso que todas as famílias deixem o localA demora em sair do imóvel, ainda de acordo com a Urbel, se deve à dificuldade que os moradores estão tendo para conseguir alugar outra residência no valor máximo de R$ 400, quantia que receberão do auxílio da prefeitura