Dois deles foram transferidos ontem para Governador Valadares e um deles, ainda em Inhapim, foi reconhecido por um dos sobreviventes da chacina, Nilton César dos Santos, de 42 anos, como participante do massacreO delegado ouviu os dois, mas ambos negaram participação no crime bárbaro e disseram nunca ter frequentado a região de TumiritingaAinda segundo a Polícia Civil de Valadares, o terceiro suspeito foi ouvido em Inhapim e também negou participaçãoNo fim da tarde de ontem, os dois presos que prestaram depoimento em Valadares foram transferidos para Conselheiro Pena, onde vão cumprir a prisão temporária de 30 dias, enquanto correm as investigações.
Moradores de Tumiritinga passaram o dia buscando explicações para o crime bárbaro, que deixou a cidade de luto e parou algumas repartições públicas em respeito à família das vítimasAs duas escolas ficaram sem funcionar pelo segundo dia seguido e a previsão é de que a rotina seja retomada hojeO fazendeiro Alípio Gonçalves, de 50 anos, amigo da família de Jandir Caetano dos Santos, de 75 anos, morto no curral de sua fazenda, não imagina o que pode ter causado tamanha crueldade“Seu Jandir era querido por todos na cidade e não tinha nenhum inimigo
VINGANÇA
Uma moradora que preferiu não se identificar afirmou conhecer a rotina de Tumiritinga e citou o assassinato de um vereador local há cerca de 15 anosSegundo ela, ninguém foi punido pelo crime, mas na época membros da família de Jandir Caetano foram apontados como possíveis responsáveisO delegado regional de Governador Valadares, Ailton Lacerda, informou que não há uma única linha de investigação a ser seguida pelos investigadores, mas admitiu que o homicídio citado pela moradora será levado em conta e a polícia já está atrás dos autos daquele assassinato.
“Outro crime que também terá seus autos observados como possível parte de todo o enredo é o assassinato de um irmão de Jandir Caetano”, diz o delegadoEle atuava como vereador em Inhomi, no Vale do Rio Doce, e foi executado a tiros e teve o corpo carbonizado, segundo membros da famíliaO crime ocorreu há quatro anos, mas a polícia não forneceu informações sobre o homicídioOutra peça importante para o inquérito é o adolescente Y.O., de 15 anos, filho de uma das vítimas, a empregada Neide Modesto de OLiveira, de 35Ele está sob proteção da Polícia Militar e do conselho tutelar e seu paradeiro não foi informado pelas autoridadesSegundo a Polícia Civil, ele também poderá participar do reconhecimento dos suspeitos e já disse que se lembra de um dos dois presos, por meio de uma foto fornecida pela polícia.