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Estado de Minas

Caminho Religioso da Estrada Real vai ligar Minas e São Paulo


postado em 06/02/2012 06:28 / atualizado em 06/02/2012 07:30

Padre Nédio Lacerda acredita que o santuário de Caeté faz jus a título de hors-concours(foto: JUAREZ RODRIGUES/ EM/ D.A PRESS)
Padre Nédio Lacerda acredita que o santuário de Caeté faz jus a título de hors-concours (foto: JUAREZ RODRIGUES/ EM/ D.A PRESS)
 

No alto da montanha, a 1,7 mil metros de altitude, o olhar se perde na paisagem: cidades que despontam no horizonte, uma capela erguida nos idos de 1700, obras de arte esculpidas por Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1730-1814), espaços de fé e peregrinação dedicados à padroeira de Minas e uma natureza exuberante. Tantos predicados fazem do Santuário de Nossa Senhora da Piedade, em Caeté, na Grande BH, um patrimônio digno de figurar acima das sete maravilhas da Estrada Real, eleitas na última semana. O local foi considerado hors-concours – expressão de origem francesa usada para definir algo excepcional ou de qualidade superior que está fora do concurso – e agora se transforma na grande aposta para alavancar o turismo no circuito.

A previsão é de que, nos próximos meses, seja oficialmente lançado o Caminho Religioso da Estrada Real (Crer). O roteiro vai ligar os santuários da Serra da Piedade, em Minas, e de Aparecida, em São Paulo, num percurso com cerca de 600 quilômetros cruzando 86 municípios. “Queremos fazer da Estrada Real um destino semelhante ao caminho de Santiago de Compostela, na Espanha. A seleção das sete maravilhas vai ajudar a divulgar as riquezas naturais, culturais e históricas de Minas”, diz o diretor-geral do Instituto Estrada Real (IER), Baques Sanna.

O estado reúne seis das sete maravilhas do circuito. A eleição das principais atrações, organizada pelo IER, entidade ligada à Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), contou com mais de 40 mil votos em quatro meses de consulta. Na lista, estão a Cachoeira do Tabuleiro, em Conceição do Mato Dentro; a Gruta da Lapinha, em Lagoa Santa; a Praça Minas Gerais, em Mariana; o Santuário do Caraça, em Catas Altas; o Teatro Municipal, em Sabará; o Parque Nacional da Serra do Cipó, que compreende Jaboticatubas, Itambé do Mato Dentro, Morro do Pilar e Santana do Riacho; e o Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, na cidade paulista de Aparecida.

Em posição de destaque no concurso, o Santuário de Nossa Senhora da Piedade comemora o título de hors-concours. “Essa homenagem expressa a beleza do santuário em todas as suas dimensões. Ele está no centro de uma área de preservação ambiental, tem uma grande riqueza histórica e cultural e ainda um significado espiritual para os católicos. O título reforça a identidade deste lugar de fé e peregrinação, onde as pessoas fazem um belo exercício de devoção a Nossa Senhora da Piedade”, afirma o reitor do santuário, padre Nédio Lacerda. No ano passado, mais de 70 mil visitantes estiveram na Serra da Piedade, sendo que em datas religiosas, como na quaresma e em festas de homenagem à santa, em julho e em setembro, a média foi de 3 mil fiéis por dia.

HISTÓRIA

Localizado a menos de 50 quilômetros de Belo Horizonte e a 16 quilômetros do Centro do município de Caeté, o santuário tem, em sua história, capítulos do passado de Minas que remonta ao início do século 18. Na época da descoberta de jazidas de metais e pedras preciosas no estado, os fidalgos portugueses Antônio da Silva Bracarena e Manuel Carvalho construíram na Serra da Piedade – então conhecida como Serra de Caité – uma rústica capela dedicada a Nossa Senhora da Piedade. As obras da igreja e dos alojamentos para romeiros foram concluídas em 1797 e, em 1856, o local foi ampliado para comportar o grande número de visitantes tendo entre as atrações uma escultura da santa atribuída a Aleijadinho.

Na década de 1950, o conjunto arquitetônico e paisagístico do santuário foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A proclamação de Nossa Senhora da Piedade como protetora de Minas consagrou a importância do espaço em 31 de julho de 1960, data da oficialização feita pelo papa João XXIII. A riqueza cultural e religiosa dá ainda mais glamour à paisagem deslumbrante da Serra da Piedade. Do topo do santuário, é possível avistar ao longe um mar de montanhas e seis cidades: BH, Caeté, Lagoa Santa, Santa Luzia, Raposos e Sabará.

 


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