Jornal Estado de Minas

Advogado de procuradora assassinada diz que suspeito estava desequilibrado

O empresário Djalma Brugnara Veloso, 49 anos, foi encontrado morto em um motel. "O intuito da defesa e da família era encontrar o Djlama com vida para ele responder a algumas perguntas que todos querem saber. Falar os reais motivos de tanta agressividade", disse o advogado

Luana Cruz

Djlama Brugnara e a Ana Alice com os filhos de 3 e 7 anos - Foto: Reprodução Facebook

O advogado da procuradora Ana Alice Moreira Melo, 35, assassinada na quinta-feira pelo ex-marido, empresário Djalma Brugnara Veloso, 49 anos, disse que o suspeito estava emocionalmente desequilibradoO criminalista Murilo Andrade repercutiu na manhã desta sexta-feira a morte do empresário cujo corpo foi encontrado em um motel de Belo Horizonte

“Hoje na parte da manhã tive contato com a delegada titular (Renata Fagundes)Ela me garantiu que a perícia esteve no local e foi constatado auto-extermínioEle teria tirado a própria vida após os atos cometidos contra a Ana Alice”, afirma o advogado

O criminalista comentou que o suspeito de matar a procuradora estava perturbado“Tudo indica que ele não estava emocionalmente equilibradoEsse curto período, da morte da doutora e entrada dele num motel, foi muito pouco tempo e não temos ainda informação da dinâmica do que ocorreu dentro desse quarto”.

Medidas protetivas

A procuradora Ana Alice Moreira denunciou as ameaças feitas pelo ex-marido no último dia 24, na delegacia de Nova LimaA delegada Renata Fagundes disse que encaminhou a denúncia à Justiça, mas a medida que protegeria a mulher não foi emitida antes do assassinato.

O advogado da procuradora chegou a pedir para o juiz titular da Vara Criminal e da Infância e Juventude de Nova Lima, Juarez Morais de Azevedo, julgar a medida com urgênciaO magistrado informou que iria tentar atender o pedido, mas que tinha que seguir com outros sete processos.

Às 18h30, o juiz deferiu a medida protetiva e tentou encaminhar para a defesa de Ana AliceNo entanto, o advogado já não se encontrava no local

O pedido teria de ser protocolado e depois seria encaminhado ao Ministério Público, que iria intimar o empresário para apresentar as determinações judiciais que ele deveria seguir.

“Se fosse deferido no momento que a doutora requereu o afastamento do lar conjugal do Djlma, existia a possibilidade de ter impedido a entrada dele no condomínioNo dia 1 de fevereiro entramos com pedido complementar para o juiz acertar outra medida protetivas, mas não houve tempo para tomar medidas em favor de Ana Alice”, conta o criminalista

Na noite de quarta-feira, o empresário chegou à mansão no Residencial Villa Alpina, por volta de 20h30, e deixou o local às 4h desta quintaNa madrugada, houve uma discussão entre o casalDurante a a briga, a babá que cuida dos dois filhos deles, de 3 e 7 anos, levou as crianças para o banheiroA empregada relatou à PM que escutou muita gritariaPouco tempo depois, a funcionária deixou o banheiro e encontrou Ana Alice morta, com várias perfurações de faca no corpo

Veja as fotos da mansão

“O intuito da defesa e da família era encontrar o Djlama com vida para ele responder algumas perguntas que todos querem saberFalar os reais motivos de tanta agressividade, motivos de ter assassinado a Ana AliceAgora cabe à policia tentar responder para todos nós”, conclui Andrade