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Estado de Minas

Metade dos casos de internação no HPS poderia ser evitada

Prevenção de acidentes seria a solução para evitar tratamento médico


postado em 21/01/2012 06:00 / atualizado em 21/01/2012 07:13

Franciele e a filha, Ana Clara, que sofreu queimaduras:
Franciele e a filha, Ana Clara, que sofreu queimaduras: "Foi um susto"
Franciele Fonseca, de 23 anos, e a filha Ana Clara, de 1 ano e meio, vivem há quase um mês no número 400, oitavo andar, da Avenida Alfredo Balena, no Santa Efigênia. Esse é o endereço do Hospital de Pronto-Socorro João XXIII (HPS), referência na América Latina no atendimento de traumas, intoxicações e queimaduras. A pequena brincava na cozinha quando a amiguinha puxou o cabo de um panela que estava sobre o fogão. O feijão fervendo derramou sobre o pescoço e braços, provocando queimadura grave. “Foi um susto. Criança tem de ficar longe da cozinha mesmo”, diz a mãe. Agora, ela divide a lição com outras duas mães com filhos internados no mesmo apartamento e pelo mesmo motivo.

Essa é uma das histórias que se escondem atrás das centenas de portas que dão para os extensos corredores do HPS. Muitas dessas, porém, poderiam ter sido evitadas. “São causas reversíveis, geralmente acidente doméstico ou de trabalho, que precisam de precaução e consciência de que é perigoso e pode acontecer com qualquer um”, diz o diretor-geral do HPS, Eduardo Cerqueira. Para ele, dos 97.806 atendimentos registrados no acumulado de 2011, praticamente a metade ocorreu por falta de cuidado. “A palavra-chave é prevenção”, afirma.

Eduardo Cerqueira destaca que foram 2.221 pacientes registrados no ano passado em razão da queda de escada; 650 do sofá ou da cama; 607 da laje ou do telhado; 47 de skate ou patins. Configurando acidente de trabalho, chamam a atenção as 974 entradas por acidentes com máquinas, 251 por queda de andaime, 236 por acidente com ferramenta manual, 98 por acidente com choque elétrico.

Os números de atendimento por intoxicação também assustam. Do total de 4.362 casos em 2011, a maior parte, 1.649, deve-se a acidentes envolvendo animais peçonhentos, como cobras, escorpiões e aranhas. Foi o caso do empresário Waksson Pereira da Silva, de 39 anos. Ele foi picado por uma jararaca quando curtia uma folga com a filha em um sítio em Itabirito (Região Central). Depois de quase uma semana de tratamento, os hematomas ainda estão espalhados pelo corpo e a dor, segundo ele, é forte. “Por sorte não foi a minha filha. É preciso ter muito cuidado mesmo, não só no meio do mato como perto das casas também”, disse.

“Estamos na época de cobra e escorpião. Por isso, é preciso tomar cuidados como limpeza e observação ao andar no mato”, alerta o diretor do HPS. Outros motivos de atendimento na área de intoxicação são por agente químico (816) e medicamentos (661). “É preciso ter muito cuidado com as crianças. Elas levam tudo à boca”, alertou. “Tivemos um caso recente em que um bebê, aprendendo a andar, subiu na tampa do forno quente deixada aberta e se queimou feio. Teve outra história em que um menino de 5 anos jogou o irmão de 10 meses pela varanda. É preciso ficar de olho neles e tomar todas as medidas de segurança possíveis”, disse uma médica, que preferiu não se identificar.

Murilo Faria levou choque:
Murilo Faria levou choque: "Nunca mais brinco perto da rede elétrica"
  Na varanda do terceiro andar de uma construção irregular, Murilo Henrique Costa de Faria, de 12 anos, brincava de rodar o fio do carregador de seu celular, quando encostou na fiação elétrica de um poste de alta tensão e tomou um choque de alta voltagem. “Eu fui jogado longe, bati a cabeça e desmaiei”, conta. Ele teve de dar cinco pontos na cabeça e sofreu queimaduras nas mãos, no braço, no pescoço e no abdômen. “Nunca mais vou brincar perto da rede elétrica”, garante. (PC)

 

 


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