Desabamento de imóvel centenário, casarões invadidos pela água, queda de muros de pedra e infiltraçõesAs chuvas já causam muitos danos ao patrimônio histórico e cultural, preocupando os gestores e lançando ameaças sobre outras construções de relevância do conjunto arquitetônico mineiroO caso mais grave ocorreu na noite de terça-feira em Santa Luzia, na Grande BH, onde a chamada Casa Tófani, do fim do século 19, teve a parede lateral e telhado destruídosA caixa d’água caiu sobre o piso da construção já degradada.
Localizada na Praça Getúlio Vargas, a construção foi tombada pelo município em 1989 e desapropriada em 2009 pela prefeitura, que pretende fazer no local o Centro de Referência do Professor e Museu do ImigranteA fachada integra o conjunto da estação ferroviária, disse o secretário municipal de Cultura, Ubiraney de Figueiredo SilvaA superintendente de Patrimônio, Maria Goretti Gabrich disse que o Conselho Municipal de Política Cultural já aprovou o restauro da edificação
Em Belo Vale, quatro casarões das ruas Governador Valadares e Paraopeba foram atingidos pelo Rio Paraopeba, que subiu 13 metrosTodos os moradores foram retirados do local antes da cheia.
Em Congonhas, o muro de pedras da Alameda das Palmeiras, que dá acesso ao prédio da Romaria, foi destruído numa extensão de 15 metros e cinco de alturaA estrutura data da década de 1930, quando foi reconstruído o prédio erguido para receber peregrinosO muro fica perto do Santuário do Senhor Bom Jesus do Matosinhos, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan)
Em Sabará, também na região metropolitana, caiu parte do muro do cemitério da Capela de Santo Antônio, do século 18, no distrito de Pompéu, informou o secretário municipal de Cultura, Sérgio Alexandre
Preservação
A Associação das Cidades Históricas, que abrange 32 municípios mineiros, alerta que a preservação dos monumentos é fundamental para o turismo, ressaltando que as cidades precisam estar preparadas para a Copa 2014 e que a questão geológica e de ocupação desordenada precisa ser discutida Ubiraney de Figueiredo Silva, presidente da Associação dos Municípios do Circuito do Ouro, destaca que a população tem sua parcela de culpa: “Falta educaçãoAs pessoas continuam jogando lixo nas ruas.”