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Estado de Minas

Dois temporais, com intervalo de menos de duas horas, causam destruição na Grande BH

Ventos acima de 70 km/h e queda de granizo pioraram os problemas


postado em 30/12/2011 07:05 / atualizado em 30/12/2011 07:10

Dois temporais instauraram mais uma vez o caos e o medo em Belo Horizonte e em outros municípios da região metropolitana. O primeiro começou por volta das 14h e atingiu principalmente bairros das regiões Leste, Norte e Nordeste da capital, além de Contagem. Ventos acima de 70 km/h e cerca de 10 minutos de chuva de granizo derrubaram árvores e cabos da rede elétrica, destelharam casas e galpões e deixaram seis pessoas feridas no Bairro Nacional, em Contagem.

A primeira pancada de chuva durou aproximadamente 30 minutos e quando as pessoas prejudicadas pela tempestade se recompunham do susto, outro temporal atingiu a capital, desta vez castigando mais a região do Barreiro. Às 16h30 voltou a chover granizo e foi registrado um grande número de descargas elétricas, causando a interrupção do fornecimento de energia em vários bairros de Belo Horizonte.


No fim da tarde, depois de passada a segunda tempestade, a avaliação dos estragos era assustadora. Em Contagem, município atingido pelas chuvas pelo terceiro dia consecutivo, a prefeita Marília Campos (PT) decretou situação de emergência por seis meses, com base nos levantamentos da Coordenadoria da Defesa Civil do município sobre os estragos causados por temporais nos últimos dias. O decreto será publicado hoje no Diário Oficial do Município (DOC). Até ontem, no estado, 41 cidades decretaram estado de emergência devido ao período chuvoso iniciado em setembro.

A Defesa Civil de Contagem informou que no Bairro Nacional pelo menos 50 imóveis foram danificados pela tempestade e quatro foram destruídos. As famílias que moravam nesses locais foram removidas. Na Rua Felipe dos Santos, a queda do telhado do galpão de uma fábrica de colchões deixou quatro funcionários feridos. Dois deles foram atendidos em uma unidade de pronto-atendimento.

Vento e granizo

Uma das regiões mais atingidas na capital foi a Norte, onde a combinação de ventos fortes e chuva de granizo interrompeu o fornecimento de energia elétrica e interditou o trânsito em várias ruas ao derrubar árvores e alagar trechos mais baixos. Na Rua Sicília, Bairro Bandeirantes, uma árvore com cerca de 20 metros desabou e derrubou um poste da Cemig. A via é uma das principais da região e caminho de várias linhas de ônibus. As duas pistas do sentido bairro foram bloqueadas pelos galhos e o emaranhado de cabos elétricos. Meia pista do sentido Centro teve de receber o fluxo dos dois sentidos.

A árvore ainda atingiu o padrão de eletricidade da casa da professora Renata Andrade, de 34. “Foram tantos estrondos das pedras de granizo nas telhas que nem percebi qual foi o barulho da árvore cedendo sobre o poste. Fiquei sem luz. Acho que faltou manutenção aqui, pois a árvore caiu com a raiz e tudo e isso dava para a prefeitura ter previsto”, reclama a professora.

Bueiros ficaram entupidos pela massa de folhas, galhos, gravetos e lama levada pela enxurrada. Depois de escapar do granizo, o técnico em segurança eletrônica Thiago Reis, de 20, tentou atravessar a correnteza que tomou a Rua Sebastião Antônio Carlos, no Bandeirantes, mas acabou preso. O Gol em que estava começou a ficar inundado e ele tentou trafegar pelo passeio, onde atolou. “Todas as ruas aqui em volta alagaram. Não tinha para onde ir: uma vergonha e um absurdo”, desabafou. Mais à frente, o supervisor de frota Leonardo Rodrigues, de 35, não teve a mesma sorte.

O Uno que conduzia entrou no mesmo alagamento, mas ele não teve tempo de subir o passeio ou retornar e o automóvel enguiçou. “Entrou água no motor e o carro parou. Toda chuva a gente tem prejuízo aqui na Pampulha. Tive de sair no meio da água e deixar o carro. Ainda bem que a chuva durou pouco e não arrastou a gente para o (córrego) Sarandi, que fica a 40 metros daqui”, afirma.

Na Alameda dos Jacarandás, Bairro São Luiz, uma árvore com quase 30 metros de altura, caiu expondo suas raízes e fechou a rua. Um Uno que estava estacionado na Rua Major Laje foi atingido em cheio por uma árvore que caiu no Bairro Ouro Preto e também parou o tráfego por lá.

Devido aos estragos, equipes da Prefeitura de Belo Horizonte e da Cemig foram mobilizadas para fazer reparos e desobstruir ruas e o sistema de drenagem. A região ficou recoberta por um tapetão de folhas e galhos que caíram com o granizo.
O Corpo de Bombeiros de BH registrou 122 quedas de árvores e seis desmoronamentos. No câmpus da UFMG, carros foram danificados pela queda de árvores e galhos. Ninguém ficou ferido.

Na Região Nordeste, a bilheteria dos cinemas do Minas Shopping foi inundada e as sessões foram suspensas. De acordo com o meteorologista Ruibran dos Reis, o volume pluvial de ontem não foi alto, porém, os ventos acima de 70 km/h, são considerados fortes, estando abaixo apenas dos furacões (118 km/h), conforme a escala Beaufort.


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