“Minas é uma miniatura do Brasil”, define a demógrafa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em Minas, Luciene Longo“É um estado muito grande, com situações distintas que revelam um retrato fiel do Brasil”, acrescentaComo no país, ela lembra, o Sul do estado concentra as cidades mais desenvolvidas e com melhores indicadores sociaisO Norte de Minas e o Vale do Jequitinhonha, por sua vez, ainda vivem situação mais precária do ponto de vista de saúde, educação, emprego e rendaMas, ainda que as diferenças entre regiões persistam, a demógrafa aponta que a atividade econômica e outros fatores interferiram, por exemplo, na distribuição de homens e mulheres.
Delta, no Triângulo Mineiro, é um exemploConsiderado a principal fonte de emprego da cidade, o corte de cana para produção de álcool e açúcar fez o município ter o maior percentual de população masculina do estadoSão 56,1% de homens, contra 43,9% de mulheresBelo Horizonte, por sua vez, leva o título de “cidade das mulheres” e conta com uma população feminina de 53,1%, contra 46,9% de homens
Os dados do censo mostram ainda as cidades onde há mais gente morando no campo que no perímetro urbano e aquelas nas quais as casas estão mais ocupadas por solitáriosAs tabelas também mostram que, em municípios onde a taxa de fecundidade supera a de Minas e do Brasil, a população de crianças é destaqueEntre os que lideram a lista de maior população de crianças, todos estão no Norte de Minas ou no Vale do Jequitinhonha, regiões com baixa escolaridade e menor acesso a serviços de saúdeJá Biquinhas, na Região Central, ocupa o terceiro lugar em menor número de crianças de zero a cinco anos e o mesmo posto no maior percentual de idosos em Minas