A polícia deve concluir nesta segunda-feira o inquérito sobre o assassinato da estudante Ludmila Fernanda Almeida Marques, de 18 anos, morta cruelmente no Bairro Cachoeirinha, na Região Noroeste de Belo Horizonte. O suspeito do crime, o frentista Anderson Cleiton Elariedy, foi indiciado por homicídio duplamente qualificado e estupro. Nesta manhã, outra adolescente que se diz vítima do homem prestou depoimento. Com ela, chega a sete o número de mulheres que acusam o frentista de abuso sexual.
No inquérito, que tem cerca de 300 páginas, o delegado Hugo Arruda pede que a prisão do suspeito seja mantida. “Agora o Ministério Público vai analisar a investigação e deve oferecer denúncia contra ele”, diz o delegado. O corpo da jovem foi encontrado em uma casa abandonada, que fica ao lado de um posto de gasolina, onde Anderson trabalhava. O corpo de Ludmila tinha marcas de arame e 20 perfurações no abdômen e no tórax. Uma chave de fenda, que pertence ao dono do posto de gasolina, foi encontrada no local e possivelmente foi usada no crime. Imagens das câmeras de segurança de um comércio próximo ao posto flagraram o suspeito antes e depois do crime.
A vítima diz que foi abordada em 2010, quando tinha 15 anos, no Bairro Alto Vera Cruz, na Região Leste de Belo Horizonte. “O local fica próximo à residência da mãe de Anderson. Ele usou a mesma estratégia adotada nos outros ataques. Se fingiu de montador de móveis de uma loja e conseguiu entrar na casa da adolescente”, conta o delegado Hugo Arruda. Na residência, o frentista amarrou a adolescente com o fio de um dvd e com um mouse de computador. “Ele ainda pegou uma faca e chegou a ferir o pescoço dela. Ele também a ameaçou, dizendo que, se fosse delatado, iria acabar de passar a faca”, diz o delegado.
Na terça-feira da semana passada outras duas adolescentes, de 16 e 17 anos, e uma mulher de 34, prestaram depoimento no Departamento de Investigações. Elas também alegaram que foram vítimas do frentista. Uma delas contou que foi atacada na madrugada do dia em que a estudante Ludmila foi morta.
A polícia já colheu materiais genético do frentista para correlacionar com outras vítimas. “É possível que tenhamos outras mortes, além de considerar que outras vítimas não procuraram a delegacia por medo de se expor”, afirma Hugo Arruda.