Jornal Estado de Minas

Colegas de estudante morta no Bairro Cachoeirinha protestam para pedir justiça

 

Cerca de 100 alunos da Escola Estadual Deputado Ilacir Pereira Lima, no Bairro Cachoeirinha, na Região Nordeste de Belo Horizonte, fazem um protesto na tarde desta quarta-feira pela morte da estudante Ludmila Fernanda Almeida Marques, de 18 anos, assassinada nessa terça-feira. Com balões, faixas e cartazes e uma grande cruz branca, os estudantes estão na Avenida Bernardo Vasconcelos entoando gritos e clamando por justiça. “Nós queremos paz, queremos segurança, queremos estudar”, afirma a estudante Natani Evangelista do Santos, de 17 anos, que está à frente da manifestação.



De acordo com a Polícia Militar, os alunos ocupam a pista somente quando o semáforo fecha. Uma viatura acompanha o grupo, que faz uma manifestação pacífica.

Nesta manhã, o corpo da jovem foi enterrado no Cemitério da Paz, no Bairro Caiçara, na Região Noroeste de Belo Horizonte. Aproximadamente 200 pessoas, entre familiares e amigos, acompanharam o sepultamento, que aconteceu em clima de revolta. Um tio da jovem pediu que desta vez a justiça faça o papel dela, já que o suspeito do crime é investigado por outros três estupros e estava solto.

Amigos da escola e da igreja que a jovem frequentava fizeram uma homenagem com músicas e flores.

O crime

O corpo da jovem foi encontrado em uma casa abandonada que fica ao lado de um posto de gasolina, onde o suspeito do crime, Anderson Cleiton Elariedy, trabalhava. O corpo de Ludmila tinha marcas de arame e 20 perfurações no abdômen e no tórax. Uma chave de fenda foi encontrada no local, que pertence ao dono do posto de gasolina. Há também indícios de estupro, mas apenas exames confirmarão a hipótese.

Imagens das câmeras de segurança de um comércio próximo ao posto, flagraram a ação do suspeito. Ele aparece entrando no posto ao lado da menina. Depois disso, o homem anda na rua de maneira suspeita e desnorteado. Na casa dele, foi encontrado o celular da vítima e diversos preservativos.



A Polícia Civil informou nesta quarta-feira que Anderson voltou a negar a autoria do crime. Ele afirmou que não sabe dizer como apareceu nas imagens das câmeras. Ao ser questionado sobre o fato de testemunhas terem apontado o envolvimento dele no crime, o suspeito se limitou a dizer que só vai falar na presença de um juiz.

Anderson foi indiciado por homicídio qualificado – por impossibilidade de reação da vítima e por motivo torpe. A polícia já fez o pedido de prisão preventiva para o suspeito. Em dez dias o inquérito deve ser concluído. O suspeito ainda é investigado por outros três estupros.