O aperto da lei contra o uso de álcool por quem dirige foi aprovado na quarta-feira no SenadoO texto prevê que qualquer quantidade da substância seja passível de punição, que pode chegar até a 16 anos de prisãoA nova legislação prevê ainda que a prova de embriaguez seja feita por câmeras de vídeo ou testemunhas, além do bafômetroO texto, portanto, anula a velha estratégia de se recusar a soprar o aparelho alegando, conforme prevê a legislação, que ninguém é obrigado a fornecer provas contra si.
De acordo com Fernando Júnior, compensar em um produto ou serviço a perda de receita registrada com outro ou dispensar funcionários é estratégia comum no comércio em momentos de retração“O mercado vai se adaptando”, diz o presidente da Abrasel no estadoO dirigente afirma ser a favor de que ninguém beba antes de dirigir, mas reclama da falta de infraestrutura na cidade para que os consumidores possam deixar o carro em casa e usar o transporte público“Onde está o metrô? Os ônibus prestam um bom serviço? Quem quiser beber tem dificuldade até mesmo para pegar um táxi em Belo Horizonte”, reclama.
O setor de bares e restaurantes de Belo Horizonte reúne cerca de 12 mil estabelecimentos, fatura R$ 2,5 bilhões por ano e tem 72 mil funcionários
Tolerância zero
Para presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Belo Horizonte, o endurecimento da legislação é um caminho natural que o Congresso Nacional já deveria ter seguido“A Lei Seca é para ser obedecida e, na prática, não há diferença se o motorista consumiu menos ou mais de 0,1 mg de álcool por litro de ar expelidoDeve ser mantida a tolerância zero”
Segundo ele, o projeto de lei em tramitação na Câmara pode contrariar alguns setores, que alegam a inconstitucionalidade da proposta, mas beneficia a sociedade, pelo seu caráter humanitário“A matéria visa à redução do número de acidentesE a questão deveria ir além, discutindo também a ampla divulgação do consumo de bebida na mídiaNão existe a máxima de ‘beba com moderação’ Quem bebe um copo de cerveja não para em apenas um”, avalia