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Estado de Minas

Patrimônio reabre as portas para a fé em Paracatu

Acordo é primeiro passo para que templo do século 18 de Paracatu vença a degradação e volte a receber fiéis


postado em 11/11/2011 06:00 / atualizado em 11/11/2011 06:30

 

Depois de três anos fechada por problemas estruturais e falta de segurança, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, do século 18, no Centro de Paracatu, na Região Noroeste, recebe o primeiro sinal de que poderá reabrir as portas para os fiéis, cerimônias religiosas e visitação pública. Em um acordo firmado esta semana com o Ministério Público estadual, Instituto Nacional do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e conselho comunitário, o titular da paróquia, monsenhor José Ivan Lopes, se comprometeu a fazer obras emergenciais na edificação, como limpeza, iluminação e sustentação de parte do telhado. Com prazo de quatro meses para o serviço, o pároco adiantou que uma tarefa importante será executada amanhã, quando, em mutirão, moradores vão fazer uma faxina geral no templo católico tombado desde 1962 pela União.

A execução dos serviços segue orientações do Iphan, que fará nova vistoria na igreja, uma das mais antigas de Paracatu, tão logo os reparos sejam concluídos e os riscos, afastados. Nessa quinta-feira, a superintendência do órgão federal em Minas adiantou que no segundo semestre de 2012 investirá R$ 1,5 milhão na restauração do imóvel. Em nova reunião, serão definidas as instituições que vão bancar o restante dos recursos, totalizando R$ 2 milhões. Os técnicos acreditam que as portas poderão ser reabertas em prazo menor do que os quatro meses estipulados inicialmente.

A situação de degradação da Igreja de Nossa Senhora do Rosário está sendo acompanhada pelo MPE, que abriu inquérito civil para apurar as causas. A promotora de Justiça da comarca, Sophia Sousa de Mesquita David, participou da reunião e disse que vai receber relatórios periódicos sobre os reparos feitos na construção. O objetivo é, na sequência, firmar um termo de ajustamento de conduta (TAC) estabelecendo as responsabilidades de todos os órgãos envolvidos no processo. Um dos pontos tratados com o superintendente do Iphan, Leonardo Barreto de Oliveira, e o monsenhor José Ivan se refere à adequação ao centro catequético, em construção, às normas do perímetro federal tombado desde o ano passado.

Segundo a direção do Iphan, foram gastos, em 2009, R$ 150 mil em obras emergenciais, além de R$ 300 mil na elaboração do projeto de restauro – a obra foi incluída no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) das Cidades Históricas, mas ainda não houve o repasse da verba para o Ministério da Cultura e Iphan darem início aos serviços. A primeiras obras, que evitaram que o prédio ficasse em ruínas, começaram, afirmam os técnicos, quando foi constatado o comprometimento estrutural de toda edificação, acarretado pela degradação de estruturas como a base, baldrame (vigas) de madeira. Os reforços foram feitos com estrutura de concreto armado e chapas metálicas.

O Iphan afirma que em nenhum momento assumiu a responsabilidade pela captação de recursos para continuidade das obras. A secretária de Cultura de Paracatu, Marina Cunha, disse que, no período 2010/2011 a prefeitura gastou R$ 140 mil com serviços na igreja, enquanto a comunidade investiu R$ 48,7 mil.
 
História

As Irmandades de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos foram as primeiras – e mais numerosas –a se instalar em Minas, num reflexo do grande número de escravos na região. Em Paracatu, a construção da Igreja de Nossa Senhora do Rosário ou “do Rosário”, como é mais conhecida, começou provavelmente em 1744. A arquitetura, conforme o Iphan, tem a característica de ser uma transição da arquitetura colonial mineira para a arquitetura goiana.


Joias da religião

(foto: Átila Siqueira/Divulgação)
(foto: Átila Siqueira/Divulgação)


Será aberta nesta sexta-feira, às 10h, no Museu Histórico Abílio Barreto, no Bairro Cidade Jardim, Região Centro-Sul da capital, a exposição Vozes do silêncio: memória cultural – A materialização do intangível na cultura religiosa de Belo Horizonte, fruto da parceria entre a instituição e o Memorial da Arquidiocese de BH. A mostra revela aspectos do patrimônio imaterial da religiosidade, por meio de objetos, fotos, músicas e outros elementos, apresentando ao público a rica diversidade das manifestações, que inclui a religiosidade de nossas raízes africanas e indígenas. A exposição pode ser visitada às terças, sextas, sábados e domingos, das 10h às 17h, e nas quartas e quintas-feiras, das 10h às 21h, com entrada gratuita.
 


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