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Estado de Minas

Morre o contista Duílio Gomes


07/11/2011 07:20

(foto: Françoise Imbrose/EM DA Press)
A literatura brasileira perdeu o contista e romancista Duílio Gomes, um dos expoentes da Geração 60, que deu destaque nacional à literatura contemporânea de Minas Gerais. Duílio morreu na noite de sábado, aos 67 anos, depois de longa internação em decorrência de um acidente vascular cerebral (AVC). Seu corpo foi cremado ontem.

Nascido em Mariana e formado em direito pela UFMG, Duílio Gomes foi um dos contistas mais premiados de Minas Gerais. Autor de quatro livros de contos e do romance histórico Fogo verde, sobre a saga de Fernão Dias, o escritor teve sua obra traduzida para oito idiomas. Seus contos integram mais de 30 antologias publicadas no Brasil e n o exterior. Sua obra recebeu elogios da crítica. Para Geraldo Galvão Ferraz, no livro Verde suicida “mostra-se um contista de talento maiúsculo”. O crítico literário Assis Brasil destacava em suas histórias “a linguagem limpa, por vezes lírica, dominando o diálogo como poucos”.

Ligado ao grupo que em torno de Murilo Rubião, ajudou a projetar o Suplemento literário do Minas Gerais – que contava com nomes como Adão Ventura, Humberto Werneck e Sérgio Sant’Anna, entre outros. Duílio venceu os prêmios Cidade de Belo Horizonte (1972) e Guimarães Rosa (1982), além dos concursos Minascaixa, Status e Fernando Chinaglia de literatura.

Editou o Suplemento literário nos anos 1980, dando ao periódico, em 1983, o titulo de melhor jornal literário do país, concedido pela União Brasileira de Escritores (UBE). Na mesma década, foi um dos organizadores das Bienais Nestlé de Literatura, realizadas em São Paulo. Publicou resenhas e artigos no Estado de Minas e no Jornal do Brasil. Recentemente, Duílio passou a integrar o Coletivo 21, que reúne escritores mineiros de várias gerações.

“Duílio Gomes foi pessoa muito querida. Foi escritor sensível, competente e amigo. É um dos maiores contistas que Minas já produziu. Como diretor do Suplemento, soube acolher novos escritores e trouxe alento à publicação”, avalia o escritor Luiz Giffoni. Para Jaime Prado Gouvêa, o texto de Duílio se caracteriza pelo agudo poder de síntese e pela capacidade de invenção. “Não consigo imaginá-lo fazendo outra coisa. Acho que a obra dele, que ficou escondida por causa da timidez, merecia uma reedição”, completa o escritor.


>> Obras de Duílio Gomes

O nascimento dos leões, contos, 1972,
Janeiro digestivo, contos, 1981
Verde suicida, contos, 1982
Deus dos abismos, contos, 1993
Fogo verde, romance histórico, 1990


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