Para os estrangeiros, a comunicação é difícil não apenas no diálogo. A visual também se complica principalmente para quem arrisca pegar um carro e dirigir na cidade. O indiano Avishek Nigam que o diga: “Prefiro pegar táxi. Há sinalização nas vias principais, mas, com os altos e baixos típicos da geografia da cidade, você sempre pega uma rua estreita que não sabe onde vai dar. Vejo placas para Rio e São Paulo, mas dos bairros, só mesmo quando se está perto deles”, reclama.
Rubem topou fazer um teste com a missão de seguir do Bairro Buritis, na Região Oeste, para o Mineirão, na Pampulha. Ele optou por passar pelo Centro e, já na saída do bairro, dúvida e confusão, pois as placas indicativas sempre estão em cima do local de direção. Na Raja Gabaglia, entre idas e vindas, retornos e o encontro com a Avenida Barão Homem de Melo, mais pressão: “É impossível saber qual é qual. Eu até poderia voltar para o mesmo lugar, pois nenhum lugar fala que é a Raja”.
Depois de encontrar o taxista, ele chegou a Rua Guajajaras, esquina com Avenida Bias Fortes, onde há placa indicando Centro à esquerda e Savassi à direita. Para saber onde está a Pampulha, só se o motorista fizer a opção correta e virar à esquerda, já que a placa está do outro lado da avenida. “Não sei se estou a 10 quarteirões ou a uma hora de viagem. Não há placas indicando a distância em nenhum local. É preciso pôr também placas com cores diferentes para deixar claro quais são as regiões e o que são pontos turísticos”, diz. Se nada mudar até os jogos da Copa, o turista só verá o nome Mineirão quando chegar à Avenida Pedro II, esquina com a Carlos Luz. E indicação em outros idiomas, só mesmo ao lado do estádio.
No trajeto de volta, nova surpresa. Não há indicação do sentido Centro. Na Avenida Abraão Caram, a única placa está perto da Antônio Carlos, sinalização instalada provisoriamente por causa das obras no local. No Complexo da Lagoinha, as setas levam o motorista sem experiência na cidade a passar por baixo do viaduto e a parar no Barro Preto. Sem placas, lá ia Rubem guiando sentido Savassi, para pegar a Rio Grande do Norte, Nossa Senhora do Carmo e, finalmente, reconhecer o acesso pelo BH Shopping. Um trajeto que levaria cerca de meia hora durou uma hora e 20 minutos do Bairro Buritis ao Mineirão e uma hora no retorno.
A BHTrans informou que a sinalização ficará a cargo da Belotur. A empresa municipal de turismo, por sua vez, disse que as placas serão instaladas ou trocadas na época do Mundial.