Jornal Estado de Minas

Visitante se perde no trânsito confuso de BH

Para os estrangeiros, a comunicação é difícil não apenas no diálogo
A visual também se complica principalmente para quem arrisca pegar um carro e dirigir na cidadeO indiano Avishek Nigam que o diga: “Prefiro pegar táxiHá sinalização nas vias principais, mas, com os altos e baixos típicos da geografia da cidade, você sempre pega uma rua estreita que não sabe onde vai darVejo placas para Rio e São Paulo, mas dos bairros, só mesmo quando se está perto deles”, reclama.

Há um problema grave de sinalização. Não há placas indicando as direções. Nas faixas de pedestres, os carros não param - Rubem Alberto Escudero, representante argentino - Foto: Cristina Horta/EM.D.A/PressO representante Rubem Alberto Escudero, de 37 anos, saiu de Buenos Aires para BH há pouco mais de 20 diasJá no aeroporto de Confins, estranhamento quanto à falta de sinalização em espanholComo o português e o espanhol são línguas próximas, a comunicação acaba sendo facilitada“É difícil, mas a maioria das pessoas está bastante aberta para entender”, dizComplicado mesmo, segundo Rubem, é passear pela cidade, de carro ou a pé“Há um problema grave de sinalizaçãoNão há placas indicando as direções
Atravessar a rua também é uma aventura, pois quando há faixas de pedestres, os carros não param”, afirma.


Rubem topou fazer um teste com a missão de seguir do Bairro Buritis, na Região Oeste, para o Mineirão, na PampulhaEle optou por passar pelo Centro e, já na saída do bairro, dúvida e confusão, pois as placas indicativas sempre estão em cima do local de direçãoNa Raja Gabaglia, entre idas e vindas, retornos e o encontro com a Avenida Barão Homem de Melo, mais pressão: “É impossível saber qual é qualEu até poderia voltar para o mesmo lugar, pois nenhum lugar fala que é a Raja”.

Depois de encontrar o taxista, ele chegou a Rua Guajajaras, esquina com Avenida Bias Fortes, onde há placa indicando Centro à esquerda e Savassi à direitaPara saber onde está a Pampulha, só se o motorista fizer a opção correta e virar à esquerda, já que a placa está do outro lado da avenida“Não sei se estou a 10 quarteirões ou a uma hora de viagemNão há placas indicando a distância em nenhum localÉ preciso pôr também placas com cores diferentes para deixar claro quais são as regiões e o que são pontos turísticos”, dizSe nada mudar até os jogos da Copa, o turista só verá o nome Mineirão quando chegar à Avenida Pedro II, esquina com a Carlos LuzE indicação em outros idiomas, só mesmo ao lado do estádio.


No trajeto de volta, nova surpresa
Não há indicação do sentido CentroNa Avenida Abraão Caram, a única placa está perto da Antônio Carlos, sinalização instalada provisoriamente por causa das obras no localNo Complexo da Lagoinha, as setas levam o motorista sem experiência na cidade a passar por baixo do viaduto e a parar no Barro PretoSem placas, lá ia Rubem guiando sentido Savassi, para pegar a Rio Grande do Norte, Nossa Senhora do Carmo e, finalmente, reconhecer o acesso pelo BH ShoppingUm trajeto que levaria cerca de meia hora durou uma hora e 20 minutos do Bairro Buritis ao Mineirão e uma hora no retorno.


A BHTrans informou que a sinalização ficará a cargo da BeloturA empresa municipal de turismo, por sua vez, disse que as placas serão instaladas ou trocadas na época do Mundial