Jornal Estado de Minas

Vítimas de ataques no Bairro São Salvador permanecem em estado grave

Uma menina de 2 anos e um jovem de 21 estão no Hospital João XXIII. A criança pode ficar paraplégica. Eles são vítima de um adolescente de 17 anos que atacou 15 pessoas no sábado

Luana Cruz Alfredo Durães
Cápsulas de pistola 380 encontradas no Bar da Alzira - Foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press
Uma menina de 2 anos e um homem de 21, feridos na noite de sábado, permanecem internados em estado grave no Hospital João XXIII, em Belo HorizonteEles são vítimas da fúria do menor D.H.S.D., de 17 anos, que feriu 15 pessoas, matando três delasA criança está internada no Centro de Terapia Intensiva (CTI) com suspeita de trauma raquimedular, que pode deixá-la paraplégicaO jovem, Cláudio Daniel da Cruz,  teve 49% do corpo queimado e está no Unidade de Terapia Intensiva (UTI)

Os ataques ocorreram no Bairro São Salvador, Região Noroeste da capital, e os tiros foram disparados em três locais diferentes, num intervalo de menos de duas horasA arma usada foi um pistola PT 380, que pode carregar até 20 balas no penteO motivo principal da tragédia seria uma vingança por parte do menor, por causa do assassinato de seu irmão, Iago Dutra, ocorrida há três mesesIago morreu baleado e a principal suspeita do crime é uma mulher identificada como L., irmã de um dos mortos, Leonardo José de SouzaHá também suspeitas, segundo a Polícia Militar, de acerto de contas entre gangues rivais ou disputa pelo controle do tráfico de drogas na regiãoDuas testemunhas ouvidas pelo Estado de Minas afirmaram que o tiroteio foi causado pelos três fatores.

A sequência de crimes começou às 21h40, na Rua Eneida, quase esquina com a Avenida Amintas Jaques de Morais, na Lanchonete Ciado Sabor
Ali ele chegou a pé e atirou contra os fregueses, atingindo quatro pessoas: Leonardo da Conceição de Oliveira, de 21 anos, Gabriel Martins Barbosa de Oliveira, de 19, Rogério da Silva Oliveira, de 32 e o menor J.A.S, de 17Ele fugiu também a pé, mas testemunhas garantem que, próximo ao local, ele embarcou num automóvel Fiat Stilo preto, cuja placa não foi anotada.

O alvo seguinte foi uma residência na Rua Piúma, 511, onde ele ateou fogo no imóvel e feriu Cláudio da Cruz e Saymon David Silva, ambos de 21, Magea Pamela Silva, de 19 e as menores K.V.A.C, de 17 e A.T.A.S., de apenas dois anosA menina foi ferida por um tiro no ombro que atingiu a coluna cervical Uma fonte do serviço de inteligência da Polícia Militar garantiu que essa casa da Rua Piúma foi moradia do menor D.H.S.D até março e que ali funcionava um ponto de tráfico de drogasCom dívidas com traficantes, o menor teria sido expulso do local.

O terceiro ataque ocorreu por volta das 23h, na Rua Damasco com Rua Sinai, no Bar da AlziraAli, ele estacionou o Fiat Stilo a poucos metros de distância e disparou contra seis pessoas, matando três delas: Brainer Gomes Martins, de 19, Leandro de Castro Moraes, de 27, e Leonardo José de Souza (idade não divulgada)Ficaram feridos Maycon Walace Cupertino Silva, o Bob’s, de 23, Ricardo dos Santos Fernandes, de 28, e Júnio Paulino Gomes, de 24A dona do bar, Alzira, de 91, contou que não viu o tiroteio porque tinha ido aos fundos do lugar para pegar um pacote de cigarros

Depois dos ataques, o menor desapareceuAlém do João XXIII, os feridos foram encaminhados para os hosptais Odilon Behrens e Alberto Cavalcanti
O comandante Idzel Fagundes garante que o menor será capturado“Peço à população, alguém que tenha informações, para ligar para o número 181 e denunciarA ligação é sigilosa e garante o anonimato do denunciante”, afirmou

Enterros

Brainer Gomes Martins é velado no Cemitério Bosque da Esperança e será enterrado às 14h Leandro de Castro Moraes será enterrado ainda na manhã desta segunda-feira no Cemitério da Paz e o corpo de Leonardo José de Souza, ainda aguarda liberação no Instituto Médico Legal de BH

Inimputável

Um detalhe importante é o fato de que D.H.S.Dvai completar 18 anos no próximo dia 18 e teria, segundo uma fonte da Polícia Militar, aproveitado o fato de ainda ser menor para cometer os crimes quando ainda é, segundo a lei, inimputávelNos últimos dois anos, de acordo com o comandante do 34º Batalhão de Polícia Militar, tenente-coronel Idzel Fagundes, o menor foi apreendido quatro vezes, em função do envolvimento com o tráfico de drogas.

(Com informações de Karina Novy/TV Alterosa)